No último domingo (09/11), aconteceu o primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025. A prova de linguagens, ciências humanas e a redação foram aplicadas e algumas questões geraram dúvidas nos estudantes.
“No geral, a prova do Enem 2025 de Ciências Humanas, ela vem uma prova mais conteudista, mas sem abandonar o seu caráter de inferência e interpretação. com uma demarcação muito mais clara relacionada às áreas do conhecimento, de História, Geografia, Sociologia e Filosofia”, comenta Breno Monteiro, coordenador de geografia da Rede Alfa CEM Bilíngue, escola 1º lugar no ranking do Enem 2024.
Segundo o educador, o caderno de Ciências Humanas e Suas Tecnologias, no que tange a disciplina Geografia, estava muito contextualizado, trazendo o conteúdo conectado com questões atuais relevantes. “Boa parte da prova veio pautada em questões ambientais, com impactos no meio ambiente sendo o principal assunto. Temas mais tradicionalmente cobrados na prova também estavam presentes, como os conteúdos relacionados à agricultura. Podemos dar destaque também para tópicos como urbanização e êxodo urbano”, explica Breno.
Para Luiz Felipe Galvão, coordenador de história, sociologia e filosofia na Rede Alfa CEM Bilíngue, a prova de história trouxe uma novidade que não era comum nos últimos anos: a presença de imagens.
“Diferentemente de outros anos, essa prova de história veio com a presença de algumas imagens, o que não era padrão anteriormente. Tivemos conteúdos relacionados a patrimônio, cultura afrodescendente e indígena, além de destaque também para história geral, como a fragmentação da Iugoslávia”, explica.
Segundo o coordenador, temas relacionados à ética e filosofia contemporânea também tiveram espaço na prova de Filosofia. “Em Sociologia, a prova manteve o padrão, abordando temas como cultura e diversidade cultural. Em resumo, a prova de ciências humanas veio com um padrão mais técnico, porém sem abandonar a interpretação”, ressalta.
Delnice Oliveira, coordenadora de Linguagens da Rede Alfa CEM Bilíngue, aponta que a prova de linguagens manteve a diversidade textual, mas destacou alguns temas relevantes. “O primeiro deles é a questão do padrão de beleza feminino através das críticas à atrizes que circularam nas redes sociais. Esses tópicos levam o estudante a refletir sobre o reflexo dos padrões estabelecidos na autoestima e a liberdade de expressão”, comenta.
A educadora aponta que a inovação do exame foi trazer a discussão sobre a importância da escrita manuscrita nas crianças. “Em tempos de tanta inovação e tecnológica, trazer esse tema é promover a reflexão sobre o quanto é importante a escrita à mão para a formação. Do ponto de vista técnico, a prova mantém, com diversidade textual, a valorização da análise discursiva e da interpretação”, aponta Delnice.