quarta-feira, 12 de novembro de 2025

CAFÉ COM LABATT

        *PRESIDÊNCIA DE TRUMP EM RISCO*

Ricardo Labatt

O Príncipe Andrew Mountbatten-Windsor (queridinho da ex Rainha Elizabeth), perdeu todos os seus títulos de nobreza após o escândalo de suas ligações com Jeffrey Epstein. Há poucas semanas, o Rei Charles III retirou formalmente o título de “Príncipe” e de “Duque de York” de Andrew. Iniciou também um processo para remover todos os outros títulos e honrarias, como o de “Conde de Inverness” e “Barão de Killyleagh”. 

A revogação do título de príncipe de Andrew e a ordem para que ele desocupasse a Royal Lodge, uma mansão de 30 cômodos dentro do complexo de Windsor, mostraram uma escalada da crise na família real britânica por causa das menções do nome do herdeiro no escândalo sexual envolvendo o bilionário Jeffrey Epstein.

Especula-se que seu irmão mais velho, o Rei, esteja procurando uma casinha para alojá-lo. 

Ocorre que, agora em novembro, o escândalo estourou nos EUA. A Família Real Inglesa e o Deep State norte-americano, irritados com os problemas gerados pela administração Trum que, num encontro recente, praticamente pediu, por favor, que China assuma a liderança mundial, estão pressionando para ele deixe o cargo.

Na realidade, ambos queriam que Trump tratasse basicamente de três assuntos: Taiwan... chips e Ucrânia. Porém, a China não cedeu a nenhum deles.

Nesta quarta, dia 12 de novembro, não há dinheiro para pagar os militares dos EUA por conta do “Shutdown” e, isso só agrava o problema e propicia um possível motim das FFAA dos EUA.

A pressão sobre Trump é enorme e, suas ligações com o caso Jeffrey Epstein, além de seu esforço para obstruir a divulgação de documentos, o torna propenso a ser destituído. Trump prometeu, na campanha que tornaria público tudo sobre o caso, não o fez e, após o recente lançamento do livro de memórias póstumas de Virginia Giuffre, que cometeu suicido em abril, os fatos narrados em seu livro de memórias "Nobody's Girl", invadiram os noticiários.

Giuffre escreveu que, quando era adolescente, foi forçada a fazer sexo com Andrew, o oitavo na linha de sucessão ao trono britânico, em três ocasiões a mando de Epstein, incluindo uma ocasião que ela descreveu como uma "orgia".

Uma das ocasiões ocorreu na casa londrina de Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, que, segundo ela, facilitou sua apresentação a Andrew.

O livro de memórias afirma que Andrew adivinhou corretamente a idade de Giuffre – 17 anos – quando se conheceram, e inclui detalhes de encontros em Londres, Nova York e na ilha particular de Epstein.

Num trecho divulgado pelo The Guardian, Giuffre pormenoriza o momento em que conheceu Ghislaine Maxwell no resort Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Florida. Virgínia começou a trabalhar no empreendimento de Donald Trump graças ao pai, que era funcionário de manutenção e responsável pelos aparelhos de ar condicionado e pelos campos de tênis. “Depois de alguns dias o meu pai disse-me que queria apresentar-me ao próprio senhor Trump. Os dois não eram exatamente amigos. Mas o papá trabalhava muito e Trump gostava disso — vi fotografias dos dois a posarem juntos, a cumprimentarem-se. Um dia o meu pai levou-me ao escritório de Trump“, relata Giuffre, dizendo que o atual Presidente dos EUA foi “amigável” e ofereceu-lhe um emprego de babysitter, a cuidar dos filhos dos amigos que frequentavam o resort

Com a oferta, Giuffre passou a trabalhar durante o dia nas instalações de Mar-a-Lago e à noite em diferentes casas, a cuidar das crianças enquanto os pais saíam. Entretanto, a mulher relata que se encantou com o trabalho no spa do resort e começou a interessar-se pelos tratamentos de relaxamento. Foi neste contexto que teria conhecido Ghislaine Maxwell. Em julho, Trump confirmou em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One que chamou a atenção de Epstein por estar a recrutar trabalhadores do resort. “Tirou-me pessoas que trabalhavam para mim, e eu disse, não o faça mais. E ele continuou a fazer. Disse-lhe: fique longe daqui”, descreveu Trump, que foi questionado especificamente sobre o caso de Giuffre. “Não sei. Acho que ela trabalhava no spa. Acho que era uma destas pessoas. Sim, ele roubou-a“, afirmou o Presidente.

No trecho divulgado, Giuffre volta a mencionar Trumptambém cita Bill Clinton, já num momento em que a jovem fazia parte da rede de tráfico sexual gerida por Epstein e Maxwell. A mulher fala sobre a festa de Halloween de Heidi Kum em Nova Iorque, em outubro de 2000, o dia em que teria conhecido o príncipe André, à época com 41 anos, na qual também estavam o atual Presidente e a mulher, Melania. “Maxwell estava orgulhosa das suas amizades com pessoas famosas, especialmente homens. Adorava falar sobre como poderia telefonar tão facilmente ao Presidente Bill Clinton; ela e Epstein visitaram a Casa Branca juntos quando Clinton estava no cargo“, escreve Giuffre. A presença de Trump e Melania na festa de Heidi Klum foi descrita em alguns jornais da época — e em fevereiro de 2000 o casal já havia sido fotografado ao lado de Maxwell e Epstein.

Num depoimento apresentado em tribunal em 2015, Virginia já havia falado sobre este encontro, que classifica como uma “orgia”. “Epstein, André, aproximadamente oito outras jovens e eu tivemos sexo. As outras pareciam ser menores de 18 anos e não falavam inglês. Epstein ria sobre como elas não conseguiam comunicar, dizendo que estas eram as prostitutas mais fáceis de conviver”.

O registo de voo do jato privado de Epstein de 4 de julho de 2001 diz que voaram de Little Saint Thomas até Palm Beach Epstein, uma mulher, a própria Virginia e um homem descrito como AP, o qual o piloto afirmou em tribunal ser um código para o Príncipe Andrew, ou André. Outras provas recentes divulgadas nos ficheiros revelados no final de setembro pelos congressistas democratas do Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes norte-americana mostram que André voou no jato de Epstein em dezembro de 2000 e o milionário anotou na própria agenda um pagamento de uma “massagem a André”.

Virginia Giuffre processou o príncipe André em 2021 por abuso sexual. O processo decorreu na justiça norte-americana e em fevereiro de 2022 ambos chegaram a acordo. Giuffre recebeu 14,3 milhões de euros, em que parte do valor foi doado à instituição que criou para apoiar vítimas de abuso e tráfico sexual. Entretanto, o Duque de Iorque nunca assumiu qualquer culpa no caso e continua a negar que sequer a conheceu nos anos 2000. Porém as fotos desmentem o membro da família real.