VOCÊ SABIA?
OUTUBRO DE 1994
RETROSPECTIVA E FLASHES VARIADOS DE REPORTAGENS DO JORNAL CIDADE DA BARRA, DE UM DOS LUGARES MAIS BELOS E PROMISSORES DO RIO DE JANEIRO
No ar, o Ultraleve
Ana Lúcia Souza Lima
Lá em cima, o cenário muda a cada momento. Uma hora os pássaros fazem companhia na viagem, outra é o verde das montanhas ou o azul do mar que dão o tom do passeio. A paisagem urbana, repleta de arranha-céus, avenidas e automóveis, também fazem parte do caminho. Apesar de tanta variedade de imagens, a saída e a chegada tem um único endereço: o Clube Esportivo de Ultraleves, mais conhecido como CEU.
Vizinho ao Autódromo de Jacarepagua, o clube é o templo dessas maravilhosas engenhocas, os ultraleves. Ali, os pilotos passam grande parte de seu tempo cultuando as máquinas de sua adoração. E por que não? Adoração sim. Afinal reza a lenda que voar nessas aparentemente frágeis embarcações é um vício. Quem faz uso delas acaba dependente. E como. Tanto é verdade que, nos fins de semana de tempo bom, o CEU - que tem cerca de 130 sócios e, além de um campo de pouso, conta com piscina, sauna e restaurante, entre outros atrativos - fica lotado. Parece que o mundo vai acabar no dia seguinte se os ultraleves não forem para o ar. E não vai?
SOLTO NO ESPAÇO
Piloto de ultraleves há cerca de oito anos, Carlos César Marques é um dos vividos no esporte. A paixão pelas "máquinas voadoras" é tanta que ele conseguiu "contaminar" suas duas filhas, Karla e Marcella. De acordo com o empresário, trata-se de um mal (ou bem?) de família:
_ Meu pai era piloto de avião e meus irmãos também voam. Quando conheci o ultraleve, não quis saber de voar de outro jeito. A sensação é maravilhosa indescritível. Parece que se está liberto de tudo, solto no espaço, sob o seu próprio controle.
Dono de três dessas "engenhocas" , uma delas anfíbia, Carlos conta que costuma levantar voo com suas filhas desde que elas eram pequenas. Isso acabou motivando-as a pilotar também:
A Marcella, que tem 19 anos, voa comigo desde os 14 anos e logo que pôde, tirou seu brevê. Já a Karla, que tem 20 anos, voa há apenas um. Mas também está muito empolgada. Sempre que podemos, fazemos um vôo. No clube, além de passeios pela Barra da Tijuca, organizamos pequenas viagens a lugares como Angra dos Reis e Búzios...