Na íntegra a reportagem fizemos com o jornalista para o JORNAL CIDADE DA BARRA.
Cidade da Barra - Você pensava em ser apresentador de telejornal de telejornal?
Cid Moreira - Eu comecei como locutor na minha terra. Taubaté, entre os dezessete e os dezoito anos. Mas naquela época não havia Faculdade de Comunicação. Então, saí da minha terra e fui para São Paulo trabalhar na Rádio Bandeirantes. Lá eu fazia um programa jornalístico e para fazer o programa tinha que ser jornalista. Tinha que se inscrever no sindicato. Depois fui trabalhar num jornal que até já acabou. Tive uma trajetória tanto no jornalismo falado, como escrito.
Cidade da Barra - Autodidata.
Cid Moreira - É, como era na época.
Cidade da Barra - Como foi que você chegou até aquela primeira Rádio, lá em Taubaté?
Cid Moreira - Essa estória vai fazer parte de um livro que eu pretendo escrever a qualquer momento.
Cidade da Barra - Uma autobiografia?
Cid Moreira - É
Cidade da Barra - Você vai contar agora?
Cid Moreira - Não, senão vai perder a graça. Além disso, essa é uma longa estória.
Cidade da Barra - Bom, você é considerado o apresentador de maior credibilidade do país. Mas além de apresentador, você tem outras atividades? Quais são elas?
Cid Moreira - Uma coisa que eu não devo nunca parar de fazer é gravar, porque eu gosto. Então eu gravo comerciais audiovisuais. Na área fonográfica, tenho atualmente um contrato com a Warner e estou gravando o terceiro disco de Salmos. Ainda esse ano vou gravar em espanhol, para todo o povo latino.
Cidade da Barra - Você também está desenvolvendo um trabalho na Rádio Globo, né?
Cid Moreira - Ah, é. Tenho um programa diário na Rádio que vai ao ar cinco minutos antes da Ave Maria. O programa é produzido por um grande amigo e escritor Hélio Tiss. Ele é ótimo. Nós estamos conseguindo um entrosamento muito grande. Trabalho muitas ideias sobre a melhor maneira de atingir nosso objetivo, que é levar uma mensagem de ajuda às pessoas. Acho que temos conseguido.
Cidade da Barra - Você é uma pessoa religiosa?
Cid Moreira - Eu sou cristão.
Cidade da Barra - Você é um cristão praticamente, do tipo que vai sempre a Igreja?
Cid Moreira - Não, raramente.
Cidade da Barra - Qual a importância da religião em sua vida?
Cid Moreira - Acho que é fundamental para mundo. Se você não tem uma crença, uma base filosófica boa, você age quase que um irracional. AS pessoas têm que temer alguma coisa que esteja acima delas. Claro, que acima é apenas um simbolismo. AS mensagens que nós gravamos na Rádio, sempre tentam mostrar que Deus está dentro de nós, basta você querer se comunicar com ele. Muitas vezes as pessoas dão importância a coisas que vão ficar aqui, para outros que até não tem merecimento para herdar.
Cidade da Barra - A sua religiosidade vem da sua família?
Cid Moreira - Meus pais são católicos, mas desde garoto, na época do colégio, esses assuntos já mechiam com a minha cabeça. Sempre quis saber o porque das coisas, da existência...
Cidade da Barra - Você considera a sua voz um dom?
Cid Moreira - A minha mãe está com 92 anos, até hoje tem uma boa voz, com penetração. Meu pai também. Então eu tenho pedigree.
Cidade da Barra - Você é uma pessoa vaidosa?
Cid Moreira - Eu acho que se a vaidade existe, deve ser cultuada dentro de uma lógica, sem excessos. Acho que tenho uma dose de vaidade na medida certa para me fazer bem. Gosto de conservar o meu físico, então faço ginastica. Há uns dez anos atrás eu estava com uma grande perda de cabelo, então resolvi fazer esse tratamento de recuperação capilar que faço até hoje. Mas no meu caso não é vaidade, é uma necessidade. A vaidade dentro do seu grau normal é positiva.
Cidade da Barra - E sua esposa Ulhiana é a responsável pelo sucesso do seu tratamento?
Cid Moreira - Exato. Dez anos atrás, eu vim ao Instituto de Beleza dela procurar um tratamento capilar, nos conhecemos e estamos juntos até hoje.
Cidade da Barra - Você tem filhos?
Cid Moreira - Eu já fui casado, tenho filhos, mas prefiro não tocar nesse assunto.
Cidade da Barra - Como você vê a reformulação dos programas jornalístico da Globo?
Cid Moreira - Isso já respondi amplamente, está em todos os jornais e revistas. Você já sabe.
Cidade da Barra - Eu li, claro.
Cid Moreira - São mudanças normais. Eu estou na Globo há 27 anos. Comecei a apresentar o Jornal Nacional em 69. O jornalismo que eu fazia exigia muita presença. Durante 14 anos também apresentei o Fantástico aos domingos. Então, eu ia para a Globo às 4 horas da tarde e saia às 10 horas da noite. Participei de toda essa permanência que se exige de um profissional. Hoje estou sendo premiado (risos). Só apareço em editoriais de interesse da empresa e do país. Sexta-feira Santa, Carnaval... Eu estava lá. Essa também foi uma forma de diminuir o meu ritmo de trabalho. Hoje, inclusive, acho que o Jornal está mais dividido, o esporte é apresentado pelo apresentador do esporte, isso caracteriza mais mais a matéria.
Cidade da Barra - Tantos anos como apresentador, você deve ter muitas estórias para contar. Você lembra de alguma estória pitoresca?
Cid Moreira - No início as emissoras usavam mimeografo para fazer o script e a tinta soltava na nossa mão. Então você, sem perceber, (risos) sujava o rosto de tinta e tinha que vir alguém correndo limpar.
Cidade da Barra - Como você vê o poder da mídia hoje?
Cid Moreira - agora mesmo eu senti o poder da mídia de uma maneira muito intensa. Eu não sabia que era tão querido. Todo mundo cobrando o meu afastamento. Vocês não querem que eu seja promovido? (risos)
Cidade da Barra - Qual a sua opinião sobre a Barra da Tijuca?
Cid Moreira - Eu morei na Barra há alguns anos atrás e há cinco anos voltei a morar no bairro. Acho que é o melhor lugar para se viver hoje no Rio, mas problemas como como as vias de acesso e o emissário deveriam ser solucionados com urgência. Com o tempo o Rio de eiro todo vai vir pra cá (risos). Cidade da Barra - O que você diria para quem está começando na carreira jornalística? Janeiro todo vai vir pra cá (risos).
Cidade da Barra - O que você diria para quem está começando na carreira jornalística?
Cid Moreira - Não só nessa carreira, mas em qualquer carreia é necessário força de vontade e, principalmente, gostar muito do que faz.