TRUMP CADA DIA MAIS LONGE DO NOBEL e, “ZéLensky” no PIOR INVERNO do SÉCULO
Ricardo LabattEnquanto o Conselho Norueguês da Paz cancelou a cerimônia da “Marcha das Tochas”, que tradicionalmente celebra a vencedora do Nobel anunciado à Maria Corina Machado, a Rússia, por educação, analisa o plano de 28 pontos de Trump, que tanto Zelensky quanto a Europa, odiaram. Mas talvez tenham que aceitar Maria Zakharova garantiu que nem deram nenhuma atenção ao plano dos EUA. Dmitry Peskov, Vice-Chefe de Gabinete do Kremlin, reafirmou que a Rússia tem seus próprios interesses e eles não envolvem as vantagens que os EUA pretendem implantar.
Seiscentos mil militares para a Ucrânia é 7 vezes o que Rússia acha aceitável e, 10 vezes mais que a Ucrânia agüentaria pagar.
O que Trump propôs não é aceitável. Mas o presidente dos EUA tenta, num show particular, impor uma situação que nem a Ucrânia nem a Rússia aceitem.
Hoje, a Ucrânia tem por volta de 80 mil perdas por mês. Já somam mais de dois milhões de mortos. Fora os sequelados e amputados. E quem pagará as pensões, que são vitalícias?
Andrei Martianov, analista político russo que vive nos EUA, dia-a-dia mostra que não há saída para a Ucrânia além de uma rendição incondicional.
Trump ainda não entendeu que não manda em mais nada. Que ninguém acredita nos seus acordos enganosos como os anteriores “Acordos de MinsK”. Continua criando situações hipotéticas mentirosas. Mas a Rússia não mais acredita nisso. E, intensifica suas ações por entender que o Ocidente apenas quer ganhar tempo...
A União Européia “quer paz” desde que enfraqueça a Rússia e isso é inconcebível de acordo com a situação no campo de batalha.
A Alemanha, a França e, principalmente, a Inglaterra não tem o que oferecer. Muito menos o que fazer. Porém, continuam complicando as possibilidades de paz.
A Rússia tem mais terras do que possam lidar. Não precisam de outras conquistas. As recentes incursões na Geórgia, na Armênia, ou no Azerbaijão, Tajiquistão e Cazaquistão mostram a intenção de cercar a Rússia. Tais ações só evidenciaram que os EUA e a OTAN nada podem fazer para ter sucesso, além de tentativas de Revoluções Coloridas em pontos estratégicos.
Alguns dos pontos da proposta de Trump são ridículos. A Rússia não precisa dividir a Ucrânia com os EUA, muito menos aceitaria que seus recursos retidos fossem usados para dar a Ucrânia. A Rússia não vê como prioridade fazer parte do clube falido do G7. A Rússia está pouco ligando... tem o BRICS, que hoje, já representa mais que esse clube de aristocratas decadentes.
Os irrelevantes europeus também não estão dispostos a aceitar essa proposta dos EUA. E nos EUA, a política trumpista derrete. Pois suas bases entendem que ele não promove o “America First” e sim guerras. Ocorre ainda que em menos de 12 meses se darão as eleições de meio de mandato e, caso estas linhas de ação se mantenham Trump terá ainda mais dificuldades com o Congresso.
Não se trata de ser profeta. Trata-se de analisar com seriedade o que vem acontecendo. Sem viés ideológico, ou de simpatia.
Basta focar em alguns pontos que impedem a aprovação por parte dos russos. Imaginar um Exército Ucrâniano de até 600 mil homens é impensável para uma área tampão. E, a conta também não fecha diante do fato de estar previsto que a reconstrução ucraniana seja paga pela Rússia, com o uso de seus recursos retidos (roubados) e pela Europa (em partes iguais) enquanto os EUA ficariam apenas com o bônus. Sócios em 50% dos recursos naturais ucranianos.
A pura verdade é que a OTAN foi derrotada. Europa e EUA perderam. E ao perdedor não cabe bônus e sim ônus.
Essa entrevista com Martyanov mostra bem a situação atual. Andrei Martyanov reside nos EUA, sendo um dos mais respeitados analistas globais na área militar, logicamente pelos analistas sérios, não pelo pentágono, ou seus papagaios pagos para repetirem inverdades e situações hipotéticas.
https://youtu.be/VUucu21NVWA?si=meA0tIXoVqbaG8IR
O DILEMA DA VENEZUELA
No Café de hoje ainda trataremos do dilema Venezuela, que cresce desde 2021 à média de 8,5% ano. Quadriplicou a produção de gás e petróleo nos últimos três anos e, caso mantenha este crescimento por mais dois anos, alcançará o patamar que perdeu após a grande crise provocada pelo roubo de seus recursos, em dólar pelo Swift, pelo confisco de 31 toneladas do seu ouro pelo Reino Unido e pelas infinitas sanções impostas pelos EUA.
Caso queiram entender a quantidade e a amplitude destes freios de amarração impostos à economia venezuelana, em vigor até hoje e, que provocaram a pior crise do País, vivida entre 2016 e 2019, acesse https://pt.wikipedia.org/wiki/San%C3%A7%C3%B5es_contra_a_Venezuela
Isso explica a tentativa desesperada dos EUA em tentar desestabilizar o governo do País, que está prestes a provar que, ao contrário das narrativas criadas nos corredores de Washington e, repetida por interessados em guerra ideológica e submissão, de forma a passar a mensagem, distorcida e inverídica, à inúmeros mal informados e doutrinados que acreditam que a Venezuela foi destruída porque virou “cumunista”. Além da necessidade de economizar 40 dias no transporte de petróleo do Oriente Médio, roubando o venezuelano e, de quebra tendo acesso às reservas de ouro e ainda impor a projeção de poder, implantando no Palácio de Miraflores, em Caracas, um governo submisso que lhes favoreça, em tudo. Quintal é quintal.
Mas existe um problema, com um território quase duas vezes superior ao da Ucrânia e uma população engajada na defesa do País, além dos problemas de relevo e armamentos de defesa russos e chineses, tentar tomar a Venezuela criaria, para os EUA, um Vietnam no Caribe. E, isso ficou claro nas declarações de apoio russas, chinesas e de outras Nações e se evidencia na falta de capacidade dos EUA de impor sua vontade no que antes era seu próprio quintal. Assim, se atacam podem sofrer perdas navais e aéreas... Se tentam desembarcar seria um desastre... Se recuam, após tanta demonstração de força e gasto de bilhões em deslocamentos, uma desmoralização completa. Resta apenas tentar um acordo na Ucrânia... uma cortina de fumaça para a vergonha de voltar com o rabo entre as pernas do cerco à Venezuela.
Maduro sabe disso e, em seu pronunciamento lembrando Joel Santana, com um inglês pra lá de sofrível, mandou uma mensagem, ao subconsciente dos norte-americanos ao entoar a canção de John Lennon “IMAGINE”, que simbolizou o repúdio às perdas humanas e de recursos, no Vietnam. https://youtu.be/2FKELF5j-go?si=KXXiIN1ZXInzsxPO
E, embora Maduro tenha lembrado que não foram os venezuelanos que cercaram às fronteiras dos EUA para ameaçar, promoverem assassinatos extra-judiciais e criar guerras, a Venezuela quer a paz. A desejavam com todas as suas forças. Mas, caso necessário, lutariam por ela, mesmo que obrigados a pegar em armas e dissuadir os agressores.
De pronto, explodiram reações ideológica de apaixonados pelo Rambo, que ainda vivem numa realidade paralela. Imaginam os EUA como o poder incontestável do mundo. Ignoram o fato de que, por décadas, se comportaram como o Alexandre de Moraes do planeta. E, em seus delírios, ainda acreditaram nesse Soft Power hoje irreal. Assim, tentaram rotular à performance do Joel Santana caribenho como medo, pedido de clemência, ou rendição. Quando na realidade era uma mensagem ao povo americano. Não ao Paulo Figueiredo da Fox - Pete Hegseth – hoje Secretário da Guerra, a Marco Rúbio, ou mesmo à Trump.
A mídia corrobora com estas “formações de opiniões” até que desmoralizadas, como foram no caso do conflito da OTAN contra a Rússia malvadona, claro.
