MORRE MINO CARTA, ÍCONE DO JORNALISMO BRASILEIRO
Mino Carta, fundador e diretor de Redação da CartaCapital, morreu na madrugada de 2/9, aos 91 anos, em São Paulo. Segundo a publicação, ele lutava há um ano contra problemas de saúde e entre idas e vindas estava internado há duas semanas na UTI do Sírio Libanês.
Nascido no ano de 1933 em Gênova, na Itália, Demetrio Carta (seu nome de batismo) fazia parte da terceira geração de jornalistas da família, tradição iniciada pelo avô materno Luigi Becherucci, diretor do jornal genovês Caffaro até perder o cargo em meio à perseguição fascista.
Seu pai, Giannino Carta, foi preso em abril de 1944 devido à ferrenha oposição ao regime de Benito Mussolini, mas conseguiu fugir dois meses depois, aproveitando-se de uma revolta entre os carcereiros. Logo após o término da Segunda Guerra, aceitou um convite para trabalhar no Brasil.
Em 1960 Mino foi convidado para lançar Quatro Rodas, versão brasileira da revista Quattroruote, estrondoso sucesso na Itália. Nos anos seguintes, esteve à frente da equipe fundadora do Jornal da Tarde, em 1966, e das de Veja, em 1968, IstoÉ, em 1976, Jornal da República, em 1979, e de sua CartaCapital, em 1994.
Por seu trabalho de destaque, recebeu diversos prêmios relevantes ao longo da carreira, o mais recente em junho passado, quando, ao lado de Caco Barcellos foi homenageado com o Troféu Audálio Dantas. Por esses feitos, ele figura entre os 100 jornalistas mais premiados da história, de acordo com a última edição do Ranking +Premiados da Imprensa Brasileira.
O Jornal Nacional completou 56 anos no ar em 1º/9 e a Globo anunciou a saída de William Bonner a partir de 3/11, depois de 29 anos no programa, o que provocará uma dança de cadeiras na emissora e na GloboNews. No ano que vem, Bonner passará a apresentar, com Sandra Annenberg, o Globo Repórter, segundo ele, único jornalístico da empresa em que nunca atuou. Formado pela ECA-USP, iniciou a carreira como redator publicitário e locutor de rádio e chegou à Globo em 1986.
Uma nova pesquisa do Pew Research Center revelou a extensão do medo da desinformação online, conforme revela Luciana Gurgel na coluna MediaTalks by J&Cia. Mais de sete em cada dez adultos nos 25 países pesquisados apontaram as fake news na internet como a maior ameaça global, em uma lista que incluiu mudanças climáticas, situação econômica, terrorismo e doenças infecciosas.
Embora muitos dos países pesquisados estejam vivendo os efeitos das mudanças climáticas sob a forma de calor extremo, tornados mais devastadores e inundações, o clima não figura entre as principais ameaças em nenhuma das 25 nações analisadas. Segundo Luciana, essa percepção pode estar relacionada à própria desinformação, já que o negacionismo continua a se espalhar livremente pelas redes sociais e também em meios de comunicação tradicionais influentes de países como os Estados Unidos e o Reino Unido.