quinta-feira, 29 de maio de 2025

CIDADE

PJERJ                                                                     

Vitor Belarmino é interrogado na 1ª Vara Criminal da Capital

Réu negou que estivesse em alta velocidade quando atropelou o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta

 
O influenciador Vitor Vieira Belarmino foi submetido a interrogatório, nesta quarta-feira (28/5), pelo juízo da 1ª Vara Criminal da Capital, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Na audiência, presidida pela juíza titular da vara, Alessandra Roidis, o réu negou que estivesse dirigindo em alta velocidade na ocasião em que atropelou e matou o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, no mês de julho do ano passado, no Recreio dos Bandeirantes. Toshiro tinha acabado de se casar e atravessava a Avenida Lúcio Costa em direção à praia com a esposa, Bruna Villarinho, quando foi atingido pela BMW de Belarmino.
 
Durante o interrogatório, com duração de uma hora e vinte minutos, Vitor Belarmino afirmou que estava indo em direção à praia, dirigindo sua BMW, com a amiga Amanda Camargo e Silva, no banco do carona, à frente, e outras quatro amigas de Amanda:  Débora Letícia Paz, Karolayne Ferreira, Mirelly Campos e Júlia de Sousa. Ele afirmou que, em momento algum, durante todo o dia do fato, ingeriu bebida alcoólica.
 
Relatou que, ao desviar para a pista da esquerda da Avenida Lúcio Costa, para ultrapassar uma moto, se surpreendeu com o casal atravessando a pista, cerca de 20 a 30 metros à frente.
 
“Eu lembro que estava na pista da direita, a aproximadamente 60 km por hora, resolvi ultrapassar uma moto e acelerei. Nesse momento, o casal surgiu na pista, cerca de 20 a 30 metros à frente. Freei tudo o que podia e tentei jogar o carro para a esquerda em direção ao canteiro, mas tinham dois carros estacionados e, também tentei não bater neles”, disse.
 
Vitor alegou que chegou a parar o carro mais à frente para prestar socorro. Mas, no momento, verificou que começaram a chegar pessoas para socorrer a vítima e ficou com medo de ser agredido, tendo, então, seguido viagem.
 
“Após atingir o Toshiro, fiquei desesperado e não sabia o que fazer. As meninas começaram a gritar e parei o carro mais à frente com a intenção de prestar socorro. Mas vi várias pessoas chegando para socorrer e, também, a taça de vinho que a Amanda carregava quebrada no banco de carona. Fiquei com medo de ser linchado e segui. Mais à frente, as meninas continuaram gritando, pedindo para parar para elas saltarem e eu parei e elas saíram”.
 
Ele revelou que depois foi para sua casa, em um condomínio na Zona Oeste do Rio, quando pegou outro carro e levou o irmão, que estava na sua casa, para a residência da mãe, em Campo Grande. Contou que, no dia seguinte, sua mãe ligou para ele, tentando convencê-lo a se apresentar na delegacia, mas, como viu que já tinha sido expedido mandado de prisão contra ele, resolveu não se entregar.
 
Vitor calculou que, no momento do atropelamento, o carro deveria estar cerca de 80 km/h.  Contudo, ao ser questionado pela promotora Flávia Maria de Moura Machado sobre a velocidade que estava antes de começar a frear o veículo no momento que avistou o casal, Vitor não soube responder.
 
Ao ser questionado a razão de ter decidido se entregar, após permanecer foragido por 10 meses, Vitor respondeu que somente agora a imprensa estaria divulgando informações sobre o fato que considera “verdadeiras”.
 
“No momento do acidente, foram divulgadas várias notícias com informações falsas sobre o ocorrido. Agora, estão aparecendo fatos mais verdadeiros, revelados pela imprensa, diferente das mentiras que circularam, também, nas redes sociais”.
 
Indagado pela juíza se gostaria de acrescentar mais alguma informação, Vitor revelou surpresa por estar sendo acusado de homicídio doloso.
 
“Eu fiquei muito surpreso quando soube que estava sendo acusado por homicídio doloso, pois vejo na imprensa outros acidentes piores, que são classificados como homicídios culposos”, avaliou.
 
Ao final da audiência, a defesa de Vitor requereu a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares menos gravosas. O Ministério Público se manifestou contrariamente ao pedido e os autos seguiram conclusos para decisão do juízo em relação ao requerimento.