sábado, 23 de novembro de 2024

GERAL


Apan e entidades do audiovisual divulgam carta aberta ao Presidente Lula em defesa de uma indústria realmente nacional

Entidades do setor destacam a importância da regulação do streaming, nacionalização dos recursos e valorização da diversidade racial e regional como pilares para o fortalecimento da indústria cultural nacional

A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), junto a diversas entidades representativas do setor, lançou uma carta aberta ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando a necessidade de políticas públicas que promovam a diversidade e a descentralização no audiovisual brasileiro. O documento, intitulado "Carta Aberta em Defesa de uma Indústria Audiovisual Realmente Nacional", também foi encaminhado às ministras e ministros de Estado, destacando pontos críticos para o fortalecimento do setor.

O momento da publicação não poderia ser mais emblemático. A carta surge após a presidência do Brasil na reunião do G20, um momento histórico para o país no cenário global, pois é a primeira vez na história que o Brasil sedia a reunião e reúne tantas entidades importantes. No documento, as entidades parabenizam as iniciativas brasileiras no evento, como a criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, e enfatizam o papel estratégico da indústria cultural e audiovisual na construção da soberania cultural e da influência geopolítica. E no final de outubro, foi realizado em São Paulo o Seminário Economia Audiovisual e Interseccionalidades, cuja abertura contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. Ao lado da Ministra da Cultura, Margareth Menezes, Alckmin assinou um Acordo de Cooperação Técnica entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o MinC, por meio da Secretaria do Audiovisual - SAv. O momento da publicação não poderia ser mais emblemático. 

Entre os pontos abordados, o texto assinado pelas entidades critica a concentração de recursos em poucos estados e empresas, o que desestimula a produção independente e regional. Dados apresentados mostram que, de 2013 a 2024, Rio de Janeiro e São Paulo receberam a maior parte dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), enquanto o restante do país recebeu apenas 21% do total.

Demandas e Propostas
A carta também apresenta uma série de propostas para a construção de um audiovisual plural e inclusivo, como:

  • Regulamentação urgente do VoD/Streaming e renovação da Lei do Audiovisual;
  • Previsibilidade nas ações da ANCINE e ampliação do orçamento do FSA;
  • Criação de políticas específicas para a produção de conteúdos infantis e de animação;
  • Incentivo ao audiovisual independente, com maior diversidade de beneficiários e projetos.