Londres – Na gestão do presidente Ebrahim Raisi, que assumiu o cargo em agosto de 2021 e morreu em um acidente de helicóptero neste domingo (19), o Irã consolidou-se como um dos piores países do mundo para a liberdade de imprensa, de acordo com rankings internacionais que classificam os países com base em atos de censura, ataques, prisões e impunidade de crimes contra jornalistas. 

O país é o 176º no Global Press Freedom Index 2024 da Repórteres Sem Fronteiras, que lista 180 nações e é a principal referência internacional sobre violações cometidas contra a mídia. Em 2021, quando o linha-dura Raisi tomou posse, era o 174º. 

As perseguições sob o comando do presidente, que ficou conhecido como “açougueiro de Teerã” por sua participação ativa em execuções em massa, se intensificaram em 2022, após a morte da jovem curda Masha Amini, com prisões e sentenças pesadas a jornalistas que noticiaram o caso. 

Nem jornalistas ou meios independentes que operam fora do país escapam. Em 2022, o serviço de inteligência britânico alertou a rede Iran International, com sede em Londres, sobre um plano de atentado atribuído a membros da Guarda Revolucionária do Irã.

A rede transferiu-se por seis meses para Washington e voltou em um novo prédio, com segurança reforçada. Mas em março deste ano o âncora Pouria Zeraati foi esfaqueado diante de casa, sobrevivendo ao ataque.