Vítima
pode sofrer lesões graves, com sequelas permanentes, e até morrer
A
SBAIT (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado) está
fazendo um alerta sobre os perigos da “brincadeira” que está circulando nas
redes sociais e nos grupos de WhatsApp, em que duas pessoas provocam a queda de
uma terceira. O forte impacto no chão pode causar ferimentos graves, com lesões
permanentes, e até a morte. Para a entidade, é fundamental que os pais
conversem com seus filhos sobre as consequências.
Os
vídeos, com várias pessoas praticando a “brincadeira” se tornaram viral e
ganharam grande repercussão. A dinâmica é colocar três pessoas lado a lado. As
que ficam na lateral pulam e pedem para que a do meio faça o mesmo. Mas, ao
saltar, as outras duas passam o pé na perna da vítima, que perde seu ponto de
sustentação e cai imediatamente, na maioria das vezes, batendo a cabeça no
chão.
“Este
é um tipo de trauma que pode ter consequências muito graves. As principais são
o traumatismo cranioencefálico e o trauma raquimedular. O primeiro pode causar
hemorragias intracranianas, coma e morte. Já o segundo pode causar tetraplegia,
deixando a pessoa em uma cadeira de rodas por toda a vida”, explica o presidente
da SBAIT, Tércio de Campos, que também é cirurgião do Trauma.
De
acordo com ele, nem sempre os sintomas de que algo mais grave aconteceu
aparecem logo após a queda. Por isso, os pais precisam ficar atentos. “Se
houver perda de consciência, algum tipo de confusão mental ou dificuldade para
se movimentar, é necessário procurar ajuda médica imediatamente. Nesses casos,
o melhor é acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), pelo
telefone 192, que, além de prestar os primeiros-socorros, saberá como
transportar a vítima em segurança. Também é muito importante não movimentar a
pessoa que sofreu a queda porque, se houver uma lesão, ela pode se agravar”,
orienta.
“E
mesmo que não ocorra algo grave no começo, é fundamental ficar atento a outros
tipos de sintomas, como sinais de dor de cabeça, náuseas, sono em excesso,
convulsão, sangramento nasal, na boca ou nas orelhas... Qualquer um desses
sinais exige uma investigação médica o quanto antes”, reforça.
Campos
explica, no entanto, que como em outros tipos de trauma, o mais importante é a
prevenção. “Os pais, cuidadores e professores precisam conversar e orientar
crianças e adolescentes sobre esse perigo. O que parece uma simples brincadeira
pode mudar a vida de muita gente em um segundo. Portanto: oriente seu filho a
não praticar isso com os colegas e a não ser submetido a essa brincadeira”,
afirma o presidente da SBAIT.