Livro emocionante
mostra os desafios do
Transtorno do Déficit de Atenção
Com propósito de incentivar outras
famílias, mãe relata como ajudou sua filha a lidar com transtorno
Nada dura para sempre, somente o amor de uma
mãe. É com essa frase que a escritora Margarete A. Chinaglia resume o enredo do
seu livro “Transtorno do Déficit de Atenção – TDA: sob o ponto de vista de uma
mãe”. A autora diz que pretende ajudar outras famílias que passam pelo mesmo
problema, revelando todos os desafios que enfrentou com a sua filha, desde o
diagnóstico na infância até a fase adulta.
Margarete conta que descobriu que sua filha
tinha Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) aos nove de idade. Ela diz que a
luta foi grande. A família buscou apoio em médicos, psicólogos, psicopedagogos
e em parentes. Mas ninguém conseguiu diminuir as angústias e medos que sentia.
“Desde o diagnóstico, minha vida foi obter conhecimento, estudar e aprender a
lidar com o diferente para ajudar minha filha com um único objetivo que
ela fosse feliz”.
A vivência a incentivou a escrever o livro
com o propósito de ajudar outras pessoas que vivem o mesmo drama. Chinaglia diz
que a obra ficou guardada por quatro anos depois de ter terminado de escrever.
O receio era com a exposição da sua família, principalmente da filha. “Porém, a
vontade de contribuir com outras pessoas me levou a publicar”.
O drama
Segundo a autora, o primeiro desafio foi a
aceitação do desconhecido, pois na época pouco se sabia sobre o TDA. Já na
adolescência, precisou enfrentar uma escola despreparada para receber crianças
com esse tipo de transtorno. Teve de lidar ainda com a ausência de inclusão,
além da depressão de sua filha pela baixa autoestima e o isolamento.
No prefácio, a autora preferiu usar o
desabafo nas próprias palavras da filha como relato de quem convive com o
transtorno na pele todos os dias: "Para mim, vivenciar o TDA foi uma
mistura de emoções muito grande: ora depressão ora medo ora intimidação. Às
vezes, interminável. Outras, impossível de vencer."
Como lidar
Margarete aconselha outras mães a sempre ir
em busca de diferentes opiniões médicas. Diz para sempre tentar ajudar seus
filhos com paciência e persistência. Comenta que, em muitas circunstâncias, é
preciso explicar repetidas vezes porque algo não está correto e ter a certeza
de que ele entendeu. “O portador de TDA não aprende com os seus erros. Porém,
uma hora ele amadurece. Incentive e elogie quando merecer. Não se atenha só nas
críticas, elas destroem a autoestima”.
- Espero que o livro ensine que para quase
tudo nesta vida há jeito e que as pessoas com TDA também são capazes, basta
querer e enfrentar as dificuldades de cabeça erguida. Mostre para seus
filhos que diante de qualquer dificuldade, as pessoas que os amam sempre
estarão ao seu lado - conclui.
Atualmente
Hoje, a filha de Margarete tem 27 anos e é
mãe de uma menina de 5. A autora diz que sua filha tem consciência das
limitações dela. O transtorno a fez amadurecer tarde, resultando em muitas
dificuldades, erros e sofrimentos. “Algumas vezes, ela comenta que não sabe
como foi capaz de tomar certas atitudes. Apesar de saber que o TDA sempre irá
acompanhá-la, costuma dizer, ‘Nada dura para sempre, somente o amor de uma
mãe!’”.
Sobre a autora:
Margarete A. Chinaglia nasceu em São Carlos
(SP), mas tornou-se uma paranaense de coração. Formada como farmacêutica
bioquímica, sua atuação é em gestão hospitalar, com objetivo de promover um
atendimento de qualidade nos hospitais.