De Luciana Brites*
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um
transtorno de ansiedade que faz o cérebro ficar focado em alguns medos ou
obsessões. Quem tem TOC acredita que algo ruim pode acontecer caso esses ritos
não sejam feitos. Alguns hábitos comuns são lavar as mãos várias vezes e checar
se a porta está fechada. Apesar de alguns acharem que isso é só problema de adulto,
isso pode também acontecer com as crianças.
Mas os pais não precisam ficar desesperados.
O TOC infantil pode ser amenizado com tratamentos adequados. Mas é importante
que a família fique atenta para algumas características que podem ajudar a
identificar os sinais e os traços manifestados pelos pequenos.
Em relação ao ambiente escolar, a criança com
TOC geralmente não tem o aprendizado pedagógico prejudicado. Porém, é provável
que o rendimento escolar fique comprometido diante do pensamento obsessivo ou
do perfeccionismo ao escrever uma palavra, por exemplo.
Outro ponto é ter medo de utilizar alguma
palavra achando que esta pode levá-lo a uma situação de tragédia. Ao
ficar presa nesses detalhes, ela não consegue aproveitar o conteúdo dado em
sala de aula. Essa característica é bem comum entre crianças que tenham TOC.
Elas pensam que algo de ruim vai acontecer se não fizer determinada coisa ou se
afastar de seus pais.
As crianças não sabem passar a mensagem que
tem TOC para os adultos. Os pais e educadores que acabam percebendo alguns
traços incomuns. Uma pista é quando esses pensamentos obsessivos e atitudes
compulsivas ocorrem, pelo menos, uma hora por dia.
Outros sinais podem ser dores de cabeça, dor
de barriga, tristeza repentina e angústia. Aliás, o pequeno, ao sentir esses
incômodos, pode ficar com medo de manifestar tal situação e ser reprimido pelos
pais.
É importante levar a busca pelo diagnóstico
correto, pois o TOC pode apresentar algumas comorbidades, tais como:
esquizofrenia, TDAH, bipolaridade, Síndrome de Touret, Transtorno de Espectro
de Autismo, tiques (estímulos motores imprevisíveis sem planejamento).
O tratamento é multidisciplinar e o
acompanhamento do psiquiatra infantil é muito importante, bem como do
psicólogo. Esse cuidado é fundamental para evitar problemas na vida acadêmica,
emocional, social, profissional, quando adulto, e afetiva.
Uma criança com TOC pode manifestar problemas
na vida acadêmica, emocional, social, profissional, quando adulto, e afetiva.
Corre sério risco da pessoa deixar de fazer coisas importantes para ficar
imersa nessas situações. Além disso, tais atitudes geram angústia e medo.
(*) Luciana Brites é especialista em
Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e
Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto
Superior de Educação Ispe - Cae São Paulo. Além disso, é coordenadora do Núcleo
Abenepi em Londrina. Clay e Luciana Brites são fundadores do Instituto
NeuroSaber (www.neurosaber.com.br). A inciativa tem como
objetivo compartilhar conhecimentos sobre aprendizagem, desenvolvimento e
comportamento da infância e adolescência.