terça-feira, 17 de julho de 2018

Crianças podem desenvolver TOC


 De Luciana Brites*

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade que faz o cérebro ficar focado em alguns medos ou obsessões. Quem tem TOC acredita que algo ruim pode acontecer caso esses ritos não sejam feitos. Alguns hábitos comuns são lavar as mãos várias vezes e checar se a porta está fechada. Apesar de alguns acharem que isso é só problema de adulto, isso pode também acontecer com as crianças.


Mas os pais não precisam ficar desesperados. O TOC infantil pode ser amenizado com tratamentos adequados. Mas é importante que a família fique atenta para algumas características que podem ajudar a identificar os sinais e os traços manifestados pelos pequenos.

Em relação ao ambiente escolar, a criança com TOC geralmente não tem o aprendizado pedagógico prejudicado. Porém, é provável que o rendimento escolar fique comprometido diante do pensamento obsessivo ou do perfeccionismo ao escrever uma palavra, por exemplo.

Outro ponto é ter medo de utilizar alguma palavra achando que esta pode levá-lo a uma situação de tragédia.  Ao ficar presa nesses detalhes, ela não consegue aproveitar o conteúdo dado em sala de aula. Essa característica é bem comum entre crianças que tenham TOC. Elas pensam que algo de ruim vai acontecer se não fizer determinada coisa ou se afastar de seus pais.
As crianças não sabem passar a mensagem que tem TOC para os adultos. Os pais e educadores que acabam percebendo alguns traços incomuns. Uma pista é quando esses pensamentos obsessivos e atitudes compulsivas ocorrem, pelo menos, uma hora por dia.

Outros sinais podem ser dores de cabeça, dor de barriga, tristeza repentina e angústia. Aliás, o pequeno, ao sentir esses incômodos, pode ficar com medo de manifestar tal situação e ser reprimido pelos pais.
É importante levar a busca pelo diagnóstico correto, pois o TOC pode apresentar algumas comorbidades, tais como: esquizofrenia, TDAH, bipolaridade, Síndrome de Touret, Transtorno de Espectro de Autismo, tiques (estímulos motores imprevisíveis sem planejamento).

O tratamento é multidisciplinar e o acompanhamento do psiquiatra infantil é muito importante, bem como do psicólogo. Esse cuidado é fundamental para evitar problemas na vida acadêmica, emocional, social, profissional, quando adulto, e afetiva.
Uma criança com TOC pode manifestar problemas na vida acadêmica, emocional, social, profissional, quando adulto, e afetiva. Corre sério risco da pessoa deixar de fazer coisas importantes para ficar imersa nessas situações. Além disso, tais atitudes geram angústia e medo.


 (*) Luciana Brites é especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação Ispe - Cae São Paulo. Além disso, é coordenadora do Núcleo Abenepi em Londrina. Clay e Luciana Brites são fundadores do Instituto NeuroSaber (www.neurosaber.com.br). A inciativa tem como objetivo compartilhar conhecimentos sobre aprendizagem, desenvolvimento e comportamento da infância e adolescência.