De
acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, entre 1980 e 2004, 662 casos
de febre amarela foram confirmados no Brasil, sendo, deste total, 339 óbitos, o
que representa uma taxa de mortalidade de 51%. Já no período entre julho
de 2017 até 14 de janeiro deste ano, foram registrados 35 casos de contaminação
pela doença no país. Devido à alta morbi-mortalidade (que gira entre
35-50%) está se recomendando a vacinação de todos entre 9 meses e 60 anos que
moram em áreas de risco. Mas uma dúvida frequente: Pacientes diabéticos também
podem tomar a vacina?
De
acordo com dados de 2016 da Organização Mundial da Saúde, a diabetes mellitus
atinge cerca de 16 milhões de brasileiros – o que corresponde a 8,1% da
população adulta. Cerca de 72 mil brasileiros morrem todos os anos em
decorrência da doença.
Os
diabéticos têm risco aumentado de infecções graves e, segundo a nota técnica da
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), publicada em 17/01/2018, a vacinação em
pacientes diabéticos está livre de risco, desde que não haja nenhuma outra
contraindicação como alergia a componentes da vacina, gestação ou doença
imunossupressora grave. Segundo a endocrinologista Dra. Amália Lucy
Querino, nos casos de glicemias muito descontroladas e nos pacientes com mais
de 60 anos é aconselhado individualizar caso a caso, pesando-se o
risco-benefício da vacinação que pode até mesmo ser indicada após o melhor
controle glicêmico.
Para
a SBD, não há motivo para ter medo da vacinação em pacientes diabéticos, desde
que sejam respeitadas as contraindicações gerais. Pelo contrário, este grupo de
risco pode se beneficiar da vacinação de forma mais notável, porque há algum
potencial para salvar vidas.
Além
da vacina contra febre amarela, a SBD recomenda a imunização de pacientes
portadores de diabetes mellitus contra outras enfermidades, tais como MMR
(Sarampo, Caxumba, Rubéola), Varicela, Influenza, Pneumocócica, Hepatite A e B,
Meningogócica e Herpes-zóster. “Muitos pacientes estão procurando o
consultório para se informar sobre a vacinação para febre amarela, o que está
sendo positivo, pois estou conseguindo mostrar a importância da vacinação para
outras doenças, principalmente a vacina da gripe (Influenza) que deve ser anual
e a vacina pneumocócica 23 valente, que protege das formas mais graves de
pneumonia”, explica Dra. Amália Lucy.
A
médica salienta ainda que quem vai viajar para fora do Brasil, em áreas que
precisam do certificado internacional, precisa tomar a dose completa da vacina,
e não a fracionada, que está sendo fornecida amplamente nessa campanha vacinal
e confere uma proteção temporária. Para isso, é necessário agendar sua visita a
uma unidade de saúde para tomar a dose completa ou se vacinar em uma clínica
particular, com antecedência mínima de 10 dias da viagem.
Amália
Lucy Querino
Clínica
Geral e Endocrinologista
Professora
da Faculdade de Ciências Médicas IPEMED
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