segunda-feira, 30 de abril de 2012

CORRUPÇÃO: A SOCIEDADE NÃO É VÍTIMA

• Ana Shirley França


É muito comum se ler e se ouvir que a corrupção é monopólio do Estado Constituído, daqueles que ocupam cargos no governo e a sociedade, como um todo, é a vítima desses vilões. Contudo, a verdade é que a corrupção existe em larga proporção, porque se deixa de fiscalizar e controlar aqueles a quem se delega poder, por meio da eleição a um cargo político e, não só, porque se pratica atos ilícitos e se tenta torná-los corretos e viáveis, enganando terceiros e a si mesmo.

A corrupção não é um fenômeno PT e nem de qualquer partido. É resultado de um descaso social, da maioria de cidadãos que elegem pessoas a cargos importantes, mas não fazem um acompanhamento de ações e atitudes políticas. Pessoas que recebem mandatos e não existe em contrapartida o controle das decisões e ações realizadas, por parte da população. Uma sociedade apresenta mais corrupção, quando as pessoas se eximem de sua responsabilidade diante dos atos daqueles que elegeram.

Inclusive, há setores que investem e desejam que a corrupção se alastre e prospere, pois a sua sobrevivência nasce e se desenvolve contando com ela. Caso se esteja incorreto, e se tente de alguma forma tirar proveito de pessoas em cargos ou funções do governo, trabalha-se para o aumento da corrupção. Se as empresas ou as pessoas sonegam impostos estão ampliando atitudes de corrupção, pois se o” jeitinho brasileiro” puder ser usado, com certeza, haverá recurso.

Se existem estudantes de todos os níveis que compram trabalhos prontos para passar de ano, para obter melhores notas, está se estimulando a corrupção no país, pois são ações de desvio de conduta, independente de ser política ou não, de ter ou não um partido político envolvido, mas que professores e mestres recebem e aceitam. Caso não ocorresse, as empresas, com esse fim, não estariam na internet e nos jornais cada vez mais prósperas e em tanto número.

É importante destacar que a corrupção não é um ato político partidário, mas sim um ato social, e depende de valores, de responsabilidades e de comportamentos honestos e civilizados, perante a família, a comunidade, a sociedade em um país.

• Ana Shirley França é professora e gestora.