Crédito para a iniciativa privada, que tem apostado no potencial da região e investido pesado. Nos últimos quatro anos, por exemplo, foram construídas mais de 12 mil residências - o que representa um quarto de tudo que foi erguido no Rio. Empreendimentos comerciais e centros empresariais também surgem a todo instante. O poder público promete aplicar 25 bilhões de reais nos próximos dez anos. Esses investimentos, no entanto, só estão saindo por conta do pacote prometido ao Comitê Olímpico para a realização dos Jogos Olímpicos de 2014. Toda essa pujança acabou gerando um efeito colateral: o caótico trânsito da Barra. Nos horários de pico, os deslocamentos entre o bairro até a Zona Sul e centro da cidade não levam menos de uma hora - podendo chegar a alarmantes três horas em dias de chuva ou em função de algum acidente pelo percurso. Isso se deve, basicamente, pelo descaso com que as autoridades vem tratando a questão do trânsito na região. O último grande investimento no setor foi a Linha Amarela, inaugurada de 1997. No ano seguinte, o governo Marcello Alencar licitou a linha 4 do Metrô, mas os governos que o sucederam não deram a devida importância que o assunto merecia. O resultado está aí: assistimos agora o colapso dos principais eixos viários, tanto daqueles que constituem a malha viária interna, mas, principalmente, das vias de acesso a essa bela região. A ligação com a Zona Sul que é feita pela Auto Estrada Lagoa Barra, por exemplo, foi projetada para um volume de tráfego de, aproximadamente 50 mil veículos / dia. Hoje, circulam por ali 130 mil veículos/dia. Essa sobrecarga gera grandes congestionamentos - que duram, com mais ou menos intensidade, o dia todo -, além da deseconomia e um impacto negativo ao meio ambiente, é inacreditável que, passados três governos – Garotinho, Rosinha e Sergio Cabral - a Linha 4 do Metro que ligará a Zona Sul à Barra, projetado, concedido por licitação e contratado ao Consórcio Rio Barra em 1998, ao fim do governo Marcello Alencar, não tenha sido, ainda, implantado e não esteja em operação. É lamentável que os governos Garotinho, Rosinha e Sergio Cabral nada tenham feito e que, somente agora, faltando 7 meses para a conclusão do mandato o governo Sergio Cabral, justamente em ano eleitoral, dá o início do empreendimento. A implantação e a operação dessa importante linha metroviária, impõe-se como prioridade e como urgência cada vez maiores porque fica, a cada dia, mais insuportáveis os infernais engarrafamentos, para os moradores da Barra e aos que, vindos da Zona Sul procuram acessá-la a trabalho ou lazer. A população da Cidade e, em particular da Barra da Tijuca não pode compreender e não pode admitir que um empreendimento da importância e necessidade da Linha 4 do Metro tenha tido a sua implantação postergada e retardada por indefinições quanto aos recursos financeiros e por intermináveis discussões relativas ao seu traçado na Zona Sul e à questão técnica de sua interligação com a Linha 1. Os cronogramas estão mais que apertados e não podemos correr o risco de termos a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 sob risco por conta de atrasos e indefinições na condução dessa empreitada. Estado e Prefeitura, agora, devem estudar e implantar outras alternativas para conectar a Barra da Tijuca com as demais áreas da cidade.
* Luiz Paulo - Deputado Estadual __________________________________________________________________