


O Prefeito eleito Eduardo Paes, ao fixar em 100 dias o prazo para retirar os mendigos das ruas do Rio colocando-os em hotéis populares, só esqueceu o grande número de doentes, muitos deles mentais, que perambulam por toda cidade. Vários desses andam seminus, urinam e defecam em qualquer lugar e tornaram a imagem das ruas num abrigo de sujeira e promiscuidade. As autoridades esqueceram que no final do Governo Fernando Henrique Cardoso foram retirados os investimentos nos hospitais colônias obrigando que pacientes, muitos em estado irrecuperável
fossem colocados nas ruas.
Dados do Governo revelam que existem atualmente nas ruas do Rio 1906 pessoas carentes dormindo nas calçadas e marquises, enfrentando fome, frio e chuva. Cerca de 52% desses mendigos vem de outras cidades. O Centro da Cidade é o local que atrai mais os mendigos: 482, vindo a seguir a Tijuca com 239. As mulheres representam 17,21% do total dos que vivem nas ruas.do Governo Fernando Henrique Cardoso foram retirados os investimentos nos hospitais colônias obrigando que pacientes, muitos em estado irrecuperável, fossem colocados nas ruas.
A Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, é um dos exemplos. Foi abandonada e hoje a sua área é ocupada por antigos funcionários, que ali residem e vivem como em qualquer outro bairro. Até os funcionários da guarita de entrada, que controlavam o acesso de veículos, foram retirados, deixando o imóvel sob controle dos próprios moradores. Não há conservação, a iluminação é precária e os doentes que caminhavam com roupas azuis pelas ruas desapareceram. Os que não reencontraram suas famílias, passaram a com viver com os mesmos hábitos, mas sem controle de uma assistência.