quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Enfim, a Cidade da Música

A inauguração prevista para hoje, dia 18, foi cancelada pela segunda vez pelo Corpo de Bombeiros

Três mil operários trabalharam dia e noite para entregar a Cidade da Música parcialmente pronta e receber os convidados para o espetáculo de inauguração com a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do maestro Roberto Mincsuk. A apresentação na festa foi com ópera e balé e agora serão necessários mais três meses de testes de acústica e regulagem de equipamentos. O investimento chegou a R$ 518 milhões em meio a muita polêmica. A manutenção agora custará R$ 6 milhões por ano. A Cidade da Música não tem mais o nome de Roberto Marinho a pedido da família.

Cidade da Música Inauguração em clima de condenação

Pronta só Deus sabe quando ficará. Sem acabamento, paredes no osso, jardins por fazer e um cheiro ainda de obra inacabada com reflexos graves para o trânsito... É assim que está a Cidade da Música, na Barra, que obrigou o Prefeito César Maia a ficar sem dormir tamanho o número de problemas para chegar finalmente à sua inauguração. Quase tudo é precário e os melhores ambientes, na entrega, a grande sala de cinema, três lojas, um café no estilo mais sofisticado possível, um restaurante, foyer musical e as sete salas de ensaio, todas com tratamento acústico, além de 10 salas de aula para os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Quem passa do lado de fora e vê a imponência do empreendimento, que custou aos cofres públicos R$ 500 milhões, nem imagina a complexidade da arquitetura, com rampas de acesso longas e deixando o visitante cansado com a subida e, pior, com outra longa descida. Deu para o gasto na inauguração, mas o prefeito eleito Eduardo Paes precisará de muita disposição para manter o gigante. A terceirização foi a saída encontrada, por isso até muitos móveis, inclusive fogões industriais para o restaurante, nem foram definidos porque os vencedores das licitações poderão optar por modelos ao gosto de cada uma das empresas. Os custos podem passar ainda dos R$ 500 milhões.
Diante de tantos problemas, em parte pelo gigantismo da obra e atrasos em sua execução, a Prefeitura cancelou a Ópera “Tosca”, de Puccini, que será apresentada pela Orquestra Sinfônica Brasileira. O calendário de espetáculos, após a inauguração, segue e o Prefeito César Maia não esconde um fundo de satisfação interior ao revelar que os recursos em caixa, compromissados com o empreendimento, estão garantidos para a programação até o final de março de 2009.