quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

GERAL

                   Jornalistas & Cia

Ela destaca que cenas de truculência policial e autoritarismo marcaram na tarde dessa terça-feira (9/12) os trabalhos na Câmara dos Deputados, em Brasília. Entre as vítimas, diversos jornalistas que cobriam o protesto do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que, repetindo ação de agosto deste ano – quando parlamentares apoiadores de Jair Bolsonaro (PL-RJ) ocuparam por 48 horas a mesa diretora da Câmara pedindo a anistia ao ex-presidente pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 –, também tomou o lugar do mandatário da casa, desta vez em protesto à sessão que poderia resultar na cassação de seu mandato.

Após duas horas ocupando a cadeira de Hugo Motta (Rebuplicanos-PB), Braga foi retirado à força do local por policiais legislativos. Mas antes que a ação ocorresse, os jornalistas que trabalhavam no Salão Verde foram empurrados com truculência para fora do local. Durante a expulsão dos profissionais, alguns jornalistas chegaram a ser agredidos. O sinal da TV Câmara também foi cortado instantes antes de Braga ser retirado do local, limitando assim a transmissão da ação policial.

Abert, Aner, ANJ, Fenaj, FNDC e Sindicato dos Jornalistas do DF repudiaram a ação. Além de condenar, a ABI anunciou que tomaria iniciativas jurídicas e institucionais contra Hugo Mota.

O Tribunal de Justiça do Acre ordenou a retirada de uma reportagem do Intercept Brasil sobre um latifundiário politicamente influente que está sendo investigado pela Polícia Federal.

Esta é a segunda decisão da Justiça do Acre sobre o caso que afeta o Intercept Brasil. O latifundiário em questão entrou com um processo contra o veículo e, após decisão judicial, o site foi obrigado a tirar do ar dois textos sobre o assunto. Agora, além de ordenar a retirada de uma terceira reportagem, a Justiça determinou que o Intercept não pode publicar o nome ou quaisquer informações sobre os autores enquanto durar o processo, que se arrasta há mais de um ano.

Na coluna MediaTalks by J&Cia, Luciana Gurgel informa que a Austrália, primeiro país a obrigar plataformas digitais a pagarem por conteúdo jornalístico, em 2021, voltou a assumir a dianteira em políticas para o ambiente digital: desde 10/12 está em vigor uma lei pioneira no mundo que proíbe crianças e adolescentes com menos de 16 anos de terem contas em redes sociais como Instagram, TikTok, Facebook, YouTube e Snapchat.

A legislação australiana exige que essas plataformas excluam contas de menores e bloqueiem novos cadastros nessa faixa etária, sob pena de multas que podem chegar a US$ 25 milhões. Defendida pelo primeiro-ministro Anthony Albanese como uma das maiores mudanças sociais da história do país, a medida já inspira propostas semelhantes em países como França e Dinamarca. O Parlamento Europeu discute uma regulação geral que pode levar esse modelo a todo o bloco.