terça-feira, 4 de novembro de 2025

MEIO AMBIENTE

 

Black Jaguar leva experiências de restauração florestal na Amazônia e Cerrado à COP30 em Belém

Instituto apresentará os desafios e oportunidades da cadeia da restauração ecológica e promoverá debate com coletores de sementes nativas sobre protagonismo comunitário e fortalecimento da bioeconomia

Instituto Black Jaguar estará presente na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro deste ano. Além de integrar a delegação brasileira durante as negociações oficiais da COP no Brasil, o Instituto participa de painéis e eventos paralelos, compartilhando sua experiência em restauração ecológica em larga escala desenvolvida em parceria com produtores rurais. Durante a Cúpula do Clima, a instituição também promoverá debate sobre o protagonismo das comunidades locais e o fortalecimento da bioeconomia no Corredor da Biodiversidade do Araguaia – região de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado, que abrange áreas dos estados do Pará e Tocantins.

O Instituto participará do Pavilhão Pará da COP30, onde terá um estande para apresentar ações e os resultados de seu trabalho na cadeia da restauração florestal. A participação ocorre em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Santana do Araguaia (PA), município onde a organização mantém o maior viveiro de mudas nativas do sul do estado – com capacidade para produzir mais de 650 mil mudas por ciclo. 

Em paralelo à agenda oficial da COP30, a Black Jaguar promoverá, no dia 19 de novembro, das 14h às 15h, o painel “Sementes do Amanhã: Restauração ecológica e protagonismo comunitário na Amazônia e Cerrado”, no Espaço Chalet da Estação Amazônia Sempre, evento que acontece no Museu Goeldi. O Instituto foi selecionado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que coordena o espaço dedicado a experiências inovadoras de desenvolvimento sustentável. Confira a programação completa da Estação Amazônia Sempre, disponível neste link a partir do dia 6 de novembro.

A programação do painel reunirá representantes da Ressemear, iniciativa da Black Jaguar; do Redário, articulação promovida pelo Instituto Socioambiental (ISA), que reúne redes e grupos de coletores de sementes nativas em todo o Brasil; e da Sementes do Paraíso, rede de coletores do Cerrado, que atua no norte de Minas Gerais. Eles compartilharão experiências sobre a coleta de sementes e o fortalecimento de uma economia socioambiental de base comunitária, promovendo a restauração ecológica e o desenvolvimento sustentável.

Protagonismo comunitário

Diante do desafio de impulsionar a restauração ecológica do Corredor de Biodiversidade do Araguaia, o Instituto Black Jaguar criou, em 2022, a Ressemear - Rede de Sementes do Araguaia, iniciativa voltada à valorização do conhecimento local e ao fortalecimento da bioeconomia regional. Hoje, a rede reúne mais de 115 coletores, sendo 69% mulheres, organizados em sete grupos comunitários que envolvem diretamente cerca de 60 famílias.

Juntos, eles já comercializaram mais de 7 toneladas de sementes de mais de 60 espécies nativas, movimentando cerca de R$ 340 mil. O resultado é a consolidação de uma cadeia produtiva que promove a restauração florestal, a geração de renda e o protagonismo das comunidades locais.

“Levar a experiência de restauração da Black Jaguar e do engajamento comunitário – que é a base que faz toda essa engrenagem girar – para a COP30 é uma oportunidade de mostrar que é possível unir ciência, gestão local, protagonismo social, meio ambiente e produção para recuperar ecossistemas e gerar novas economias de base comunitária e florestal”, destaca Diogo Ferraz e Castro, Diretor de Captação de Recursos e Parcerias Corporativas da Black Jaguar, que mediará o debate sobre a coleta de sementes em evento promovido pela Estação Amazônia Sempre.

Restauração florestal na pauta climática

A restauração florestal e ecológica será uma das pautas centrais da COP30, representando uma oportunidade estratégica de combate às mudanças climáticas, geração de renda e fortalecimento da bioeconomia. As negociações concentram-se em financiar e implementar projetos de restauração em larga escala, proteger florestas e criar mecanismos econômicos que garantam a conservação dessas áreas a longo prazo.

O Brasil assumiu, ao aderir ao Acordo de Paris em 2015, a meta de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação até 2030. Dez anos depois, o ritmo da recuperação ainda é insuficiente, embora sinais de avanço comecem a se consolidar. Dados do Observatório da Restauração e Reflorestamento, iniciativa da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, mostram que cerca de 150 mil hectares foram incorporados a projetos de restauração entre 2022 e 2024, evidenciando uma retomada gradual das ações e do interesse público e privado.

Iniciativas globais, como a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas (2021–2030), reforçam o compromisso internacional de restaurar milhões de hectares de áreas degradadas até o final da década. No entanto, o ritmo das ações ainda precisa acelerar para conter a degradação ambiental e alcançar as metas climáticas de Paris.

Nesse contexto, a Black Jaguar, que atua no Brasil desde 2010, se destaca como uma iniciativa estratégica para o cumprimento das metas brasileiras. Reconhecida como uma das maiores iniciativas de restauração ecológica do mundo, a instituição já promoveu o plantio de mais de 1,2 milhão de árvores nativas e planeja restaurar 1 milhão de hectares, no total, ao longo de 2.600 km do Rio Araguaia em 20 anos.

O projeto, que conecta os biomas Amazônia e Cerrado, contribui diretamente para o sequestro de carbono, a recuperação de serviços ecossistêmicos e a criação de corredores de biodiversidade – pilares essenciais para o avanço do Brasil na meta de restaurar 12 milhões de hectares até 2030.

O engajamento dos produtores rurais demonstra que a restauração florestal e a produção agropecuária podem – e devem – caminhar lado a lado. Para esses agricultores, que vão desde famílias produtoras até grandes representantes do agronegócio, o projeto representa uma oportunidade concreta de enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, restaurar o equilíbrio hídrico e climático local e valorizar o capital natural de suas propriedades.

Novas frentes

A Black Jaguar vem ampliando sua atuação em diferentes frentes para impulsionar a restauração do Corredor da Biodiversidade do Araguaia. Com base em sua expertise na cadeia produtiva da restauração, a organização foi selecionada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para executar a recuperação de 200 hectares de áreas degradadas em assentamentos rurais da região, em um projeto com duração de quatro anos, que visa fortalecer a produção sustentável, a geração de renda local e a conectividade ecológica no território.

Para Ben Valks, fundador e CEO do Instituto Black Jaguar, a restauração vai muito além do plantio de árvores: trata-se de reconstruir ecossistemas, regenerar o solo, garantir segurança hídrica e fortalecer comunidades locais. “A restauração precisa ser vista como parte de uma nova economia amazônica e de outros biomas – uma economia que valoriza a floresta em pé, o conhecimento local e a regeneração da vida”, afirma.

Estande Instituto Black Jaguar no Pavilhão Pará

17 a 21 de novembro, das 10h às 19h
Pavilhão de Feiras do Centro de Convenções da Centenário (Avenida Augusto Montenegro, em Belém/PA), no Parque da Cidade

Painel “Sementes do Amanhã: Restauração ecológica e protagonismo comunitário na Amazônia e Cerrado”
19 de novembro, das 14h às 15h
Estação Amazônia Sempre, Espaço Chalet, Museu Goeldi (Av. Governador Magalhães Barata, 376 – São Braz, Belém – PA)
Programação completa da Estação Amazônia Sempre, disponível neste link a partir do dia 6 de novembro