sábado, 18 de outubro de 2025

CAFÉ COM LABATT

AÇÕES de TRUMP e do SECRETÁRIO de GUERRA PROVOCAM PEDIDOS de DEMISSÃO no ALTO COMANDO

 Ricardo Labatt


Execuções EXTRAJUDICIAIS no Mar do Caribe provocam renúncia do Almirante Chefe do SouthCom – Comando Militar dos EUA para a América Latina – o Almirante Alvin Holsey.


Os recentes ataques a barcos venezuelanos acusados de transporte de drogas, sem nenhuma prova, nem tampouco evidências, já provoca reações de familiares exigindo que provem que os abatidos teriam envolvimento com tráfico de drogas.


A decisão tomada pelo Almirante Alvin Holsey nesta 5ª feira (16 de outubro de 2025) se dá no momento em que aumentam as ações militares ordenadas pelo governo de Donald Trump na região do Caribe. Segundo o Presidente dos EUA, os alvos seriam supostamente embarcações usadas no tráfico de drogas.


Holsey, em circunstâncias normais ficaria no cargo até novembro de 2027, pois assumiu o Comando em novembro de 2024. Esteve no Brasil em maio deste ano. Mais precisamente em Rio Branco, no Acre, onde diante do Ministro da Defesa, José Múcio causou desconforto entre oficiais brasileiros ao solicitar aos comandantes das FFAA mudanças de agenda com relação à China e, em favor dos interesses norte-americanos.


Segundo o jornal The New York Times, fontes do governo norte-americano afirmaram que Holsey havia manifestado preocupação com os rumos e possíveis conseqüências das operações. Expressava reservas sobre os bombardeios à barcos e, adotava uma postura cautelosa diante da escalada militar. Fontes do Pentágono afirmaram à imprensa americana que essa prudência o colocou em rota de colisão com setores mais agressivos do governo, provocando incômodo com o caráter cada vez mais ofensivo das ações na Venezuela.

O Almirante, descontente com as execuções extrajudiciais, teria alertado para os riscos de escalada e questionado a falta de provas que justificassem os bombardeios, embora mantivesse uma postura discreta, evitando confrontos públicos com o Secretário Hegseth e com o Presidente Trump. Seu pedido de demissão, visto como “inesperado”, teria sido precipitada pela resistência em endossar novos ataques.

O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, que em fevereiro deste ano já havia forçado a demissão do General Charles Quinton Brown Junior, da chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA e, principal conselheiro do Presidente, publicamente elogiou o Almirante ao falar, no X, sobre a saída:


“Expressamos nossa mais profunda gratidão ao almirante Alvin Holsey por mais de 37 anos de serviço distinto à nossa nação, enquanto ele se prepara para se aposentar no fim do ano”.


O senador democrata Jack Reed, declarou que “a saída do principal comandante militar na região envia um sinal preocupante de instabilidade na cadeia de comando”.

O governo Trump confirmou nesta semana ter autorizado ações secretas da CIA na Venezuela e avalia possíveis ataques ao território do País.


Por ordens diretas do presidente as forças especiais dos EUA vem realizando ataques a embarcações próximas à costa do País sul-americano, enquanto autoridades do Pentágono e membros do Congresso creditam a saída de Holsey às tensões internas sobre a estratégia errática e belicista dos EUA contra a Venezuela.


ESTADO de GUERRA

Com relação a anterior indicação do General João Daniel Razin Caine, atual chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA e, principal conselheiro do Presidente, valem algumas considerações.


Caine havia se aposentado em dezembro. Não atende aos pré-requisitos do cargo, como ser um comandante combatente, ou chefe de serviço, conforme estabelecido em uma lei de 1986 que permite que um presidente abra mão desses requisitos.

“Eu sei que ele não é tradicional, mas é isso que este governo busca”, disse Chris Miller, que foi o último secretário de defesa interino de Trump em seu primeiro mandato.

O relacionamento de Trump com Caine remonta ao seu primeiro governo. Eles se conheceram durante uma viagem ao Iraque, como Trump relatou em um discurso de 2019 na Conferência de Ação Política Conservadora, ou CPAC.

Trump disse que perguntou a Caine por que levaria mais dois anos para encerrar a luta contra o grupo Estado Islâmico. Caine respondeu que poderia levar apenas uma semana, se ele fizesse do seu jeito.

"'Estamos apenas atacando-os de uma base temporária na Síria'", disse Trump a Caine. "Mas se o senhor nos der permissão, podemos atacá-los por trás, pelos lados, por todos os lados — da base em que o senhor está agora mesmo, senhor. Eles não vão saber o que os atingiu."

Assim, após a demissão de Brown ficou claro que Trump estava buscando um membro leal ao cargo de presidente do Estado-Maior Conjunto. 

"O General 'Razin' Caine era... ele é um general e tanto. Ele é um general de verdade, não um general da televisão", disse Trump, dois dias antes de sua publicação no Truth Social.

"Temos as maiores Forças Armadas do mundo, mas não temos a melhor liderança de alto nível. É por isso que o Afeganistão foi uma situação tão horrível e tão constrangedora, além de tantas outras coisas", acrescentou Trump. "Mas quando queremos, com uma liderança adequada, não há ninguém nem perto de nós."

Trump já havia sugerido que Caine é um apoiador político. Em um discurso na CPAC no ano passado, relembrando ter conhecido Caine em 2018 no Iraque, quando ele visitava tropas.

"Ele disse: 'Eu mato pelo senhor, senhor'", disse Trump. "Aí ele coloca um chapéu com a frase 'Make America Great Again'."

Contradizendo Trump, um oficial que serviu com ele e continua próximo dele, declarou que Caine tem sido firmemente apolítico e verbalizou:

"O General Caine não tem um boné MAGA. Ele nunca usou um", disse a autoridade, que não estava autorizada a falar com a imprensa oficialmente e só aceitou se pronunciar sob condição de anonimato.