quinta-feira, 11 de setembro de 2025

CAFÉ COM LABATT

 NUNCA FOI PELOS REFÊNS

Ricardo Labatt


Só acredita, que se importam com reféns, quem não conhece o protocola Hannibal, ou Anibal, usado pelas Forças de Defesa de Israel, introduzido em 1986.

Por quase duas décadas, a censura militar manteve a diretiva, também conhecida como Protocolo Hannibal, em segredo. Ela permite que o exército israelense use toda a força necessária para impedir que soldados israelenses sejam capturados e levados para território inimigo – incluindo ações que levem à morte desses prisioneiros.

Isso pode ser confirmado em publicações do The Guardian, ou até mesmo no Haaretz, de Israel. Veja o link e clique...

 https://www.theguardian.com/world/article/2024/jul/07/israel-idf-hannibal-protocol-hamas-attack-haaretz

O PROTOCOLO PARA MATAR REFÉNS

Em 1986, os comandantes do exército israelense elaboraram a doutrina depois que três soldados da Brigada de infantaria Givati ​​foram capturados pelo grupo libanês Hezbollah.

Naquela época, Israel ocupava uma região ao sul do Líbano, invadindo o país em 1982.  O Hezbollah capturou soldados que patrulhavam essa zona, que permaneceria sob ocupação israelense até 2000.

Durante o incidente, membros da brigada viram um veículo fugindo com seus companheiros, mas não abriram fogo. A ordem veio em resposta para garantir que isso nunca mais acontecesse.

Os restos mortais dos soldados capturados foram devolvidos a Israel em 1996 em troca dos corpos de 123 combatentes do Hezbollah, de acordo com o governo israelense.

Essa diretriz, tratada pelos passadores de pano, como “postura linha-dura de Israel” vem sendo regra desde então e, justificada por Yehuda Shaul, fundador da ONG israelense Quebrando o Silêncio, que serviu ao exército israelense de 2001 a 2004:

- “O sequestro de um soldado tem que ser impedido a qualquer custo. Trata-se de uma manobra estratégica para o inimigo, lhes dando poder de negociação e capacidade de influenciar o moral nacional, além de lhes proporcionar apoio público e temos que impedir isso”. E continua: “Além disso, um inimigo não pode extrair informações estratégicas se os soldados forem mortos antes de serem capturados”.

PRETENSAS NEGOCIAÇÕES ARMADAS

PARA LOCALIZAR E ELIMIAR QUEM

SE DISPÕE A NEGOCIAR COM ELES

O Qatar, com a população igual a do Distrito Federal e uma área territorial menor que a metade de Sergipe, não mantém relações diplomáticas oficiais com Israel. Mas sempre foi visto como um país amistoso, no Oriente Médio. Porém, Netanyahu, de caso pensado, aceitou que Doha fosse sede para as negociações indiretas de um acordo de cessar-fogo, com a intermediação e proposta de Donald Trump.

Na capital Doha, quando os líderes do Hamás, já haviam concordado com a exigência de ENTREGA DOS REFÉNS e, se encontravam para discutir os pontos finais das negociações.

Diante dos CRIMES DEPERFÍDIA, com a conivência dos EUA, fica a pergunta: - Se os EUA querem fazer a paz, porque criam situações de ciladas e barbaria, para matar os negociadores, de forma covarde e, quando baixam a guarda para tratar da paz ?

Assim o Major General Agostinho Costa bem aborda neste link, quando fala: - “Hoje o Qatar, todos os dias a Síria, a Palestina, amanhã nós”.

https://www.youtube.com/watch?v=Cf7LjyogGPQ

Mas, a exemplo do que fizeram em diversas oportunidades... e, mesmo com o Irã (na Guerra dos 12 dias), decapitando, num ataque, em território iraniano, líderes que negociavam, a paz com Israel, Hetahyahu e seus cavaleiros do apocalipse, bombardearam residências em Doha, no Qatar, em plena luz do dia, mais uma vez, justificando que: 

- "As IDF (Forças de Defesa de Israel) e o Shin Bet (agência de Inteligência interna) realizaram um ataque preciso contra a alta liderança da organização terrorista Hamas..."

E prosseguiram com suas narrativas, cada vez mais questionadas por quem acompanha os massacres, por eles promovidos:

- "Durante anos, esses membros do Hamas lideraram as operações da organização terrorista, são diretamente responsáveis pelo brutal massacre de 7 de outubro e orquestraram e administraram a guerra contra o Estado de Israel. Antes do ataque, medidas foram tomadas para mitigar os danos a civis, incluindo o uso de munições de precisão e inteligência adicional", acrescentaram as autoridades israelenses na mesma publicação.

O ataque atingiu o alojamento de membros do Hamas que estavam envolvidos nas negociações de cessar-fogo. O ataque de Israel em Doha matou cinco integrantes do grupo Hamás nesta terça-feira dia 9, incluindo o filho do líder exilado de Gaza Khalil al-Hayya. A informação foi apurada pela Reuters com base em declarações do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar, Majed Al Ansari. O país árabe tem atuado como mediador para tentar encerrar a guerra que completa quase dois anos. Mas esse não é e NUNCA foi o interesse de Israel.

Os EUA, como sempre, descumpridores de acordos e agindo como escorpiões, souberam, com antecedência do ataque. Um funcionário da Casa Branca disse à agência de notícias AFP:

- “o ataque em Doha não foi uma surpresa para o presidente Donald Trump”.

Em pronunciamento emitido nas redes sociais Benjamin Netanyahu assumiu ataque, dando a entender que agiu sozinho. O gabinete de Netanyahu afirmou:

- “A operação foi ‘totalmente independente’. "Israel iniciou e conduziu o ataque, assumindo total responsabilidade", afirmou.


Governo do Qatar confirmou que bombardeios aéreos tiveram como alvo casas de líderes do Hamas, sendo mais um ataque "covarde". Uma ofensiva israelense "criminosa".

A Al Jazeera, do Qatar, citando uma fonte do Hamas, disse que o ataque tinha como alvo os negociadores de cessar-fogo do Hamas para Gaza. Já o Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar, Majed al Ansari, declarou:

- “O Estado do Catar condena com veemência o ataque covarde israelense que teve como alvos edifícios residenciais onde vários membros do gabinete político do Hamas estão alojados na capital catari, Doha”. E prosseguiu:

- “O Qatar não tolerará esse comportamento irresponsável de Israel e a contínua desestabilização da segurança regional, nem qualquer ato que ameace sua segurança e soberania". Disse ainda que o país, conhecido como um lugar seguro para negócios e turismo, abriu uma investigação sobre esta "violação flagrante do direito internacional.

“SER IMINIGO DOS EUA PODE SER PERIGOSO...

MAS SER ALIADO É FATAL”.

A frase de Henry Kissinger (diplomata americano e Prêmio Nobel da Paz) nunca foi tão bem aplicada, mais uma vez. Só este ano, todos os aliados dos EUA foram prejudicados comercialmente por Eles.

O Irã acreditou numa negociação em andamento e teve os EUA como ponto de distração para mais um ataque de Israel, durante as negociações, sob a bandeira branca da paz.

Líderes do Hamás, acreditaram neles e, foram assassinados, durante uma conferência de paz, em suas casas, onde eram hospedes do Qatar, país que deu a Donald Trump uma aeronave Boeing 747-8, de valor de superior a 400 milhões de dólares, chamado de “palácio nos céus”, dizendo que é “uma coisa normal que acontece entre aliados”. 

Clique para conhecer a fábula do Escorpião e do Sapo

https://www.instagram.com/reel/DNsl3WlO9ru/

Por ocasião do oferecimento da aeronave, o primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, que deve desconhecer a parábola do Sapo e do Escorpião, declarou:

- “Espero que os Estados Unidos vejam o Catar como um parceiro confiável na diplomacia, que não esteja tentando comprar influência”, disse Al Thani.

Como pagamento, de bom grado, os EUA, que segundo Israel, foram informados da violação de espaço aéreo, do crime a ser cometido contra a segurança e a soberania do Qatar, se calou, permitindo que a delegação do Hamas fosse atingida durante uma reunião de negociação do cessar-fogo.

A Reuters, garantiu que o ataque visava líderes importantes do Hamas, incluindo Khalil al-Hayya, chefe exilado de Gaza e, principal negociador do grupo. Curioso é que, em maio, o ministro da Defesa do Estado Mata Ninhos, Israel Katz, já havia prometido que al-Hayya seria morto.

O ato recebeu cartinhas de repúdio do Egito, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Arábia Saudita e do Irã. Pois os árabes, em sua maioria, respondem com cartinhas as bombas que recebem. Afinal todas essas ditaduras, aliadas dos EUA e, que portanto não são do “Eixo do Mal”, como o Irã é rotulado e, mesmo também sendo um governo teocrático, como Israel, dentre todos estes que se manifestaram, é o único, que não a uma ditadura.

E em Gaza... Bem todos sabem o que acontece lá diariamente, sob a desculpa de combater quem eles mesmos criaram, treinaram e financiaram.

E Na Cisjordânia... tudo igual. Esperando a sua vez de virar Gaza.