quinta-feira, 28 de agosto de 2025

CAFÉ COM LABATT

 Equilibrando a mão que pega o seu dinheiro

e, a que te afaga pela simpatia do seu voto ...

Ricardo Labatt


A disputa pelo Governo do Rio passa infelizmente por Eduardo Paes e

Cláudio Castro e, pelas isenções de IPTU e IPVA em busca de

simpatia que reverta em votos.

Porém, além das picuinhas políticas, o que me causa mais espanto é

que nenhum deputado, ou vereador, se pronuncia quanto à extorsão

cometida pelo Estado por conta do IPVA, que torna o Governo do

Estado, um SÓCIO MALDITO, que arrecada o equivalente a 60% do

valor de mercado de todos os veículos emplacados, uma vez que

cobram, além de multas, por radares escondidos e, através de

armadilhas, também das Prefeituras, 4% do valor de cada veículo por

ocasião de cada virada de ano, por um período de 15 anos.

Em resumo, além dos impostos cobrados na aquisição e no

emplacamento, o usuário é feito de otário, tendo a obrigação de dispor

de 4% do valor de seu veículo todo ano.

E isso, para encontrar, até dentro dos centros urbanos, vias

construídas com o dinheiro público e, pedagiadas pela “iniciativa

privada”. Como o que ocorre na Linha Amarela e, em outras vias, ou

convive com buracos e quebra-molas irregulares, instalados sem

permissão, sem sinalização adequada, ou que não cumprem os

padrões técnicos, já condenados pelo CONTRAN.

Mas isso acaba se entendendo quando se sabe que dentre cada 10

ruas da cidade do Rio de Janeiro, o poder público só tem

ingerência sobre 4 delas.

Mas, voltando ao assunto, o embate político entre o Prefeito do Rio de

Janeiro e o Governador do Estado, com referências à impostos

municipais (IPTU) e aos estaduais (IPVA), estão associando à disputa

ao gerenciamento de impostos e à arrecadação.

Cláudio Castro sancionou a Lei que prorroga o prazo para adesão ao

programa "IPVA em Dia", permitindo o parcelamento de dívidas de

IPVA do Estado, o que pode ser interpretado como uma medida com

impacto na arrecadação do Estado e, na relação com o município.

Porém, a mesma mão que assopra, morde.

O Governador envia às ruas, radares móveis, a partir de segunda-feira,

dia primeiro de setembro, numa operação denominada “Comboio de

Fiscalização Seletiva”, que pretende apreender veículos irregulares,

através do uso de carros espiões que surpreenderam os condutores.

As Blitz serão intensificadas na cidade e na região metropolitana do Rio

de Janeiro. As principais artérias da cidade, como a Linha Amarela e

Linha Vermelha, estarão fortemente monitoradas com equipamentos

capazes de identificar veículos inadimplentes e, até a validade das

carteiras de habilitação dos condutores.

As operações contarão com reboques e 17 pontos de apoio. Nem

todos dispostos na vias principais. E, em ato contínuo à identificação

dos veículos alvos, motos da Polícia Militar serão deslocadas para

fazerem a abordagem.

O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) é um

imposto estadual, cobrado pelo governo do Rio de Janeiro, estando

relacionado à gestão de Cláudio Castro.

Ambos os pré-candidatos usam suas armas de

arrecadação de dinheiro e de votos

A menção conjunta dos impostos sugere uma possível ligação entre

as políticas de Paes e Castro, ou uma disputa pela forma de

gerenciar a arrecadação e a relação dos contribuintes com os

impostos, tanto municipais quanto estaduais. 

A sanção, por Cláudio Castro, da lei que prorroga o programa "IPVA

em Dia", permite o parcelamento de débitos do IPVA e, demonstra

uma ação do Estado que pode ter conseqüências, ou ser alvo de

discussões com a prefeitura.

Já Eduardo Paes usa o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e

Territorial Urbana), um imposto de competência municipal, cobrado

pela prefeitura do Rio de Janeiro, diretamente ligado à gestão do

Prefeito para buscar simpatizantes.

Castro por sua vez encontra outras barreiras

Diante da briga entre Castro e Bacellar, o Pacote do governo, enviado

há duas semanas pelo Governador Cláudio Castro (PL), para a

Assembléia Legislativa do Rio, empaca na Alerj. 12 (doze) projetos do

Executivo para equilibrar o caixa do Estado e, endurecer o combate à

violência, estão, há 15 dias, parados na mesa da presidência da Casa,

comandada por Rodrigo Bacellar (União Brasil), que trava um embate

com Castro por conta das eleições de 2026.

Deputados dos dois lados evitam comentar o assunto. Porém,

enquanto o Estado depende da aprovação de alguns desses textos

para aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados

(Propag), que refinancia débitos com o Governo federal, por 30 anos,

nenhum projeto chegou às comissões.

A relação entre o governador e o presidente da Alerj azedou após

Bacellar demitir o então Secretário de Transportes, Washington Reis,

enquanto Castro estava fora do Rio.

Os dois acabaram se distanciando mais ainda quando o Governador

anunciou que o PL terá candidato próprio à sua sucessão. Bacellar,

pré-candidato ao Palácio Guanabara e, até então, como apoio de

Castro, partiu para o contra ataque, dificultando o andamento dos

projetos do Executivo na Alerj.

O conflito de interesses, que prejudica o Estado, se agravou mais,

quando recente, o Secretário Estadual de Infra-estrutura e Obras,

Uruan Andrade, aliado histórico de Castro, aparece, num vídeo,

trocando elogios com o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP),

adversário político de Bacellar.

- “A política é dinâmica, e o poder de agendar as votações é exclusivo

da presidência. Estamos aguardando a reunião de líderes para ver a

prioridade dessas discussões”, afirmou um deputado próximo a

Bacellar.

Já o presidente da Comissão de Orçamento da Alerj, André Corrêa

(PP), afirmou ser “natural” que a relação entre o Governador e o

Presidente da Alerj seja de “altos e baixos”. Segundo ele, no

entanto,alguns dos projetos do Executivo exigem ajustes para evitar

distorções.

- “Me preocupa, por exemplo, o projeto de lei que aumenta as alíquotas

do Fundo Orçamentário Temporário (FOT). No meu entender, elas vão

penalizar de forma excessiva alguns setores que estão cumprindo as

suas obrigações desde que tiveram direito à renúncia tributária” disse

Corrêa.

Nos bastidores, deputados afirmam que Bacellar vai colocar em

votação o pacote de Castro só no limite do prazo estabelecido pelo

Regimento Interno, que é de 45 dias.

A bancada ligada ao Governo do Estado foi orientada a não confrontar

Bacellar. Bem como os aliados do Presidente da Casa evitam tocar no

assunto, por temerem ter projetos igualmente barrados.

Em nota, o Estado ressalta que “os projetos são para o Rio,

independentemente de posicionamento político”. Bacellar não quis se

pronunciar e, ambos os lados ignoram que há pontos na lei do Refis

(refinanciamento de dívidas) que precisam ser revistos.