Realização de sonhos: Justiça Itinerante oficializa 26 casamentos na Central do Brasil
Sonhos realizados e o início de novas jornadas. Dois momentos que descrevem bem o início desta quarta-feira (11/06) para aqueles que ocuparam a unidade volante da Justiça Itinerante da Central do Brasil. Além do atendimento personalizado, que ocorre todas as quartas no local, também foram realizadas 26 cerimônias para converter uniões lucrativas em casamentos civis.
De acordo com a juíza Daiane Eberts, magistrada que oficializou as reservas exclusivas, a data foi escolhida justamente para estar na próxima de um dia marcante para aqueles que dividem a vida com alguém especial, o Dia dos Namorados, realizado nesta quinta-feira (06/12). “Escolhemos essa data para celebrar o amor, que, no final das contas, é a base para qualquer casamento”, disse.
Entre os casais estavam Victor Aguiar, de 41 anos, e Tamires Siqueira, de 35. Os dois se conheceram há 3 meses, mas, disseram, já foi o suficiente para que decidissem passar a vida todos juntos. "A princípio, a gente não queria nada sério, mas foi celebrando, comemorando... e quando a gente foi ver, já estávamos aqui. Eu acredito assim, quando uma pessoa sabe o que quer, tem claras no que quer, eu acho que tempo é só algo para a gente se ter mais", justificou Victor.
Tamires, por sua vez, contou que eles tinham conhecimento da disponibilidade de vagas para realizar o casamento apenas nesta segunda-feira (09/06) e, então, correram para juntar os documentos necessários. Além disso, ela destacou como a união oficializada é um passo importante para os filhos do casal. Tamires já tem três filhos de um relacionamento anterior, e ele, três outros. "É um passo grande nas nossas vidas. É uma responsabilidade ainda maior".
Além deles, e do outro lado do espectro em termos de tempo juntos, Jennifer Paiva e Moisés Brasil contaram que se conheceram há 13 anos, tendo, inclusive, tendo duas filhas juntas. Os dois já estavam tentando se casar desde 2023, mas, por questões da vida, acabaram não tendo sucesso. Até que, pouco tempo atrás, tínhamos conhecimento do evento através de uma pastora da igreja que frequentam.
"Esse tipo de evento é bem importante, pois muitas das vezes as pessoas acabam não tendo as condições de realizar essa união. E isso acaba sendo uma abertura, não só pra gente, mas também para todo o mundo que tem o sonho de se casar", completa Jennifer.
No entanto, nem todo mundo que compareceu ao ônibus da Justiça Itinerante na manhã desta quarta-feira queria se casar. Este foi o caso de Nicole Dantas, de 18 anos, que lá esteve com o objetivo de fazer a requalificação do seu registro civil.
De acordo com ela, o que mais motivou a realização do processo foi "disforia do nome morto", referindo-se à dor e desconforto emocional que uma pessoa transgênero pode sentir ao ser chamada pelo seu nome de registro, em vez do seu nome escolhido. “Esse evento é importante pra mim porque preciso muito dessa requalificação, para eu poder seguir com a minha vida normal, com os meus estudos, o meu trabalho”