domingo, 8 de dezembro de 2024

CULTURA

SEM SENSURA

Vanessa Passos

Escritora brasileira realiza palestra sobre viver de literatura na Embaixada do Brasil na França

Vanessa Passos esteve em Paris para uma série de eventos literários

A Chambre de Commerce du Brésil en France (CCBF) recebeu a escritora brasileira e pós-doutora em Escrita Criativa, Vanessa Passos, para palestrar sobre “Escritora Empreendedora: Como viver de literatura?”. O evento, realizado em 15 de novembro, foi coordenado por Rose Martins, secretária geral da CCBF, e contou também com a presença de representantes da União Europeia de Escritores de Língua Portuguesa (UEELP).

Segundo Vanessa, o empreendedorismo literário ainda é um tema pouco explorado e cada vez mais o setor requer uma postura integral da profissão, com ações que reúnam tanto o lado artístico quanto o desenvolvimento da literatura como negócio. “O mercado literário ainda é muito tradicional. As escritoras precisam perceber que é possível viver de literatura, serem prósperas e se sentirem realizadas na carreira.”, destaca.

Com a missão de oportunizar que mulheres expressem sua voz por meio da escrita e deixem um legado no mundo através da literatura e do empreendedorismo literário, Vanessa segmentou sua mentoria. Ela desenvolveu vários serviços que orientam as escritoras a escrever, publicar e vender seus livros. Atualmente, lidera uma comunidade de escritoras que só cresce, atendendo mulheres em mais de 12 países.

A mentora vive exclusivamente de literatura há mais de seis anos. Era professora concursada do estado do Ceará quando pediu exoneração do cargo e fez a transição de carreira. Até 2024, faturou mais de um milhão de reais com literatura e se tornou uma das maiores referências em empreendedorismo literário no Brasil.

Para avançar nos objetivos, destaca Vanessa, é importante profissionalização, estratégia e posicionamento, além da oferta de um ecossistema de produtos e serviços que amplie a atuação literária.

Há pelo menos três áreas de atuação no que Vanessa intitula a tríade do viver de literatura: escrita, ensino e comunicação. Uma escritora pode, por exemplo, trabalhar com leitura crítica, ministrar oficinas de escrita e realizar mediação de leitura. “Existem diversos serviços literários que fomentam a economia criativa e ainda são pouco explorados e divulgados no mercado literário.”, avalia.

Além da palestra na CCBF, a escritora realizou masterclass sobre autoficção, na Maison de la vie associative du Vème, mesa literária na Biblioteca Gulbenkian, lançamento do seu romance premiado, “A filha primitiva”, na Librairie Portugaise & Brésilienne, e ateliê de escrita no Louvre.

A turnê literária internacional iniciou em maio, em Portugal, seguiu para Argentina, em agosto, e finalizou na França. “A edição Paris representou um marco na minha trajetória como escritora. É bom ver a literatura brasileira ganhando o mundo”, reflete