quinta-feira, 29 de agosto de 2024

EDITORIAL

Palavras ao vento sobre os juros altos e seus riscos a vinte e nove anos atrás  

Após a euforia dos primeiros meses de preços estáveis, o governo decide conter o consumo e adota a política de juros altos. Se por um lado o plano tem sucesso, por outro coloca empresas no vermelho e faz com que os juros do cheque especial se transforme numa bola de neve capaz de afundar o orçamento de boa parte da população. Até que ponto o governo está tomando a medida certa para conter a subida da inflação? Estamos caminhando para uma recessão? Para responder a essas e outras perguntas, o Jornal Cidade da Barra fez uma enquete com empresários e diretores de bancos. Dentre as respostas, uma unanimidade: se a economia não for reaquecida rapidamente, o país corre sério risco de quebrar.

ValdomiroJ.R. Mendes (Gerente do Banco do Brasil, agência Barra Shopping)

"A política adotada pelo governo é interessante para inibir o consumo e é importante para a estabilização. Mas, por outro lado, é preciso lembrar que para haver produção é preciso que a economia gire. O governo deve ter cuidado e não prolongar esta política, pois corremos os risco de entrarmos numa recessão".

Wilson Borges Pereira (Presidente da Ourobráz)

em que o ex-presidente Collor deixou o Brasil. Atualmente, cinquenta por cento do orçamento nacional é destinado à cobertura de juros. Acredito que falte cora-gem política para reduzir as taxas".

Janualdo Borges (Diretor-Presidente do Grupo Mardil)

"O mais grave disso tudo é o desemprego. Com a queda na ptodução, as empresas acabam demitindo seus funcionários. Hoje, a taxa de desemprego está na faixa de trinta por cento. Podemos acabar em uma mini-convulsão social. O governo deve ficar atento quanto a isso e começar a 'abrir as torneiras' o mais rápidamente possível".

Paulo Antonio Fraga ( Diretor do Banco Nacional)

Observando o ponto de vista da contenção de consumo, o governo está tomando a única alternativa a ser adotada. Mas esta política deve ter duração breve, sob o risco de causar um grande trauma no sistema produtivo. As pessoas estão sofrendo com taxas de juros absurdas. Temos procurado amortecer as dívidas de nossos clientes com parcelamentos de até 24 meses".

Paulo Drummond (Diretor da empresa de informática Barrabytes)

"Para o comerciante esta politica é muito ruim. Se pensarmos no campo da infomática, a medida chega a ser perversa. Se os juroas altos continuarem, teremos falências. Espero que os objetivos do governo sejam alcançados e a economia se estabilize, pois só com o reaquecimento do sistema financeiro voltaremos a vender".