Cartas aos executivos do futuro
Em novo livro, o gestor Augusto Flores conversa com profissionais sobre diferentes aspectos da carreira, desde a negociação de prazos até a busca por equilíbrio no trabalho
Executivo de multinacional com mais de 25 anos de experiência na área tributária, Augusto Flores escreveu o livro Cartas a um jovem gestor tributário a partir de conselhos que gostaria de ter recebido quando estava começando a carreira. Entre os 27 capítulos, ele atravessa os principais questionamentos de uma pessoa em busca de se firmar na profissão e que um dia almeja alcançar um cargo de liderança.
Inspirado na obra “Cartas a um jovem terapeuta”, escrito pelo psicanalista Contardo Calligaris, o gestor apresenta um olhar para o próprio passado ao propor uma conversa consigo mesmo na época em que ainda era um adolescente, sem ideia de qual faculdade tentar no vestibular. Apesar desta perspectiva intimista, que percorre os primeiros anos da vida do autor, todos os diálogos trazem conselhos e sugestões práticas para qualquer pessoa inserida no mercado.
A obra perpassa temas como o ambiente competitivo de multinacionais; a importância da negociação de prazos para diminuir a sobrecarga da equipe; a valorização da paciência para ensinar os trainees; e o exercício da humildade na hora de dialogar com clientes. Esses assuntos são reforçados também pelos depoimentos de sete profissionais, como o contador e funcionário do Banco Central, Claudio Luis Berzele, e o vice-presidente de gestão tributária de uma multinacional, Lionel Nobre, que abordam desde especificidades sobre auditoria brasileira a habilidades de comunicação.
Ninguém erra sozinho. Também pudera! Você está num projeto com três, quatro, por vezes, meia dúzia de colegas. Quando um erra, todos erraram! Faltou suporte, sincronia, planejamento, treinamento, boa comunicação, algo assim, mas de novo: ninguém erra sozinho em projetos. (Cartas a um jovem gestor tributário, p. 67)
Para além do cotidiano de trabalho, o autor ainda ressalta como encontrar equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode contribuir para a estabilidade e o amadurecimento. Augusto Flores não esconde os percalços: em muitos momentos, os jovens precisarão trabalhar várias horas para entregar alguma demanda, enfrentarão períodos de estresse e terão de lidar com períodos turbulentos. Mas o executivo explica que tudo isso deve ser feito com o máximo de equilíbrio, para ter uma rotina com tempo de qualidade junto à família, exercícios físicos, atividades de lazer e outras prioridades.
Em Cartas a um jovem gestor tributário, o autor explica que a paciência para fazer escolhas profissionais é necessária: nem sempre o salário é o único fator a ser analisado ao aceitar um emprego, porque é preciso perceber também a conexão com a cultura organizacional, definir se aquele futuro tem sentido para a pessoa, alinhar as oportunidades de crescimento na empresa, entre outros. Mas, acima de tudo, nenhuma decisão deve ser feita pensando apenas em se tornar executivo, porque é o trajeto até essa aparente linha de chegada que formará a ética, a competência e os conhecimentos de uma boa liderança.
Executivo de multinacional com mais de 25 anos de experiência na área tributária, Augusto Flores também é professor, mentor e articulista sobre temas relacionados a liderança, comunicação, negociação, pensamento crítico, estratégia e transformação digital. Contador formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ganhou em 2021 o Prêmio Profissional Mérito da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, na categoria Tributos. Escreveu os livros “Manicômio tributário: reflexões de um sobrevivente” e Cartas a um jovem gestor tributário: reflexões sobre carreira.