domingo, 10 de dezembro de 2023

GASTRONOMIA

7 em cada 10 carrinhos de compra do brasileiro têm ao menos um produto indulgente

Estudo da Horus, marca do ecossistema Neogrid, mostra que a pandemia levou as pessoas a se permitirem mais indulgências em busca de uma melhor saúde emocional

  • Momento econômico do país também favorece o consumo de alimentos indulgentes, tendo em vista que comidas saudáveis são, em média, 26% mais caras - tanto que essa categoria só sobressai nas compras das classes A e B

A proximidade das festas de fim de ano faz com que as pessoas vivam mais intensamente o dilema entre se manterem saudáveis para o verão e ou se permitirem comer as guloseimas da ceia de Natal e do Ano-Novo. Pensando nisso, a Horus, marca da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo, fez um estudo inédito que revela as preferências dos consumidores brasileiros nas compras do dia a dia tanto em relação à indulgência - que diz respeito àqueles itens essencialmente ligados ao prazer e com baixo teor nutricional - quanto à saudabilidade - que remete a alimentos que contribuem para o bom funcionamento do organismo.

Por meio da análise de cerca de 150 categorias de produtos de 500 milhões de notas fiscais, a pesquisa Horus/Neogrid identificou que a busca pelo equilíbrio entre os universos indulgente e saudável é uma tendência cada vez mais presente na rotina dos shoppers. Em dezembro, em especial, as pessoas tendem a ser menos regradas, fazendo com que a compra de itens indulgentes aumente. 

“Eu mereço” se intensificou a partir da pandemia

De acordo com o levantamento, atualmente 50,7% das mercadorias presentes nas gôndolas dos estabelecimentos varejistas são indulgentes e 71,5% dos carrinhos de compras possuem ao menos um item desse segmento. 

Os dados também mostram que os produtos estão mais presentes nos pequenos autosserviços - incidência de indulgentes nesse canal é 31% acima que a incidência de saudáveis - e são mais adquiridos em situações de emergência e sem planejamento (com incidência 32% maior do que os considerados saudáveis).

Segundo Roberta Atherino, head de Produto da Horus, esse cenário se deve, em parte, à maior busca pelo prazer, que está diretamente ligado ao sabor. “Com a pandemia, a cultura do ‘eu mereço’ se intensificou, levando as pessoas a se permitirem mais indulgências em busca de uma melhor saúde emocional. Além disso, em momentos econômicos difíceis, o sentimento de recompensa e o  lazer que cabe no bolso favorece o consumo de alimentos indulgentes. Como indica o estudo, comidas saudáveis apresentam, em média, um valor 26% mais alto - e se sobressai apenas nas compras da classe AB”, explica a executiva.

Indulgências permissivas e saudáveis indulgentes

Ciente disso, a indústria tem tentado se reinventar, misturando as duas divisões para criar alimentos indulgentes com apelo de saudabilidade - as chamadas indulgências permissivas, que incluem biscoitos integrais, refrigerantes sem açúcar e achocolatados proteicos, e produtos saudáveis com características indulgentes - batizados de saudáveis indulgentes, que abrangem, por exemplo, barras de proteína sabor cookies’n cream.

“Os shoppers não podem ser clusterizados apenas como indulgentes ou saudáveis, pois suas aquisições englobam uma variedade de alimentos”, afirma Roberta. “Carrinhos que possuem categorias saudáveis tendem a ter também produtos indulgentes - e vice-versa. Por isso, os itens indulgentes permissivos e saudáveis indulgentes devem ganhar cada vez mais presença nas cestas de compras.”