sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Brasil pode liderar economia de baixo carbono da Amazônia para o mundo

Relatório desenvolvido pela Systemiq Brasil com organizações multilaterais, setor privado, cientistas e comunidades originárias, como parte da coalizão AYA Earth Partners, traz a teoria da mudança 'Maratona Amazônica" e indica 11 jornadas para impulsionar o desenvolvimento da região

Nos próximos 8 anos, o Brasil pode se tornar a primeira grande economia - de média ou alta renda - a alcançar a neutralidade de carbono  e ao mesmo tempo acelerar o seu crescimento econômico em $100 a $150 bilhões de dólares anuais ao PIB adicionais ao ritmo de crescimento atual (2,5%/ano). O potencial de mitigação de emissões de carbono equivalente (CO2e) é de 1,3 giga tonelada até 2030. Com isso, o país será um exemplo concreto ao mundo de prosperidade econômica sustentável para as próximas décadas, modelo que pode inspirar todo o Sul Global. É o que diz o relatório apresentado nesta quarta-feira na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas - a COP27, no Egito, ao lado de Carlos Nobre, Ilona Szabó e Vanda Witoto.

Chamado “The Amazon’s Marathon: Brazil to lead a low-carbon economy from the Amazon to the world” (https://we.tl/t-SaXaxaIYic) , o documento é um plano de desenvolvimento econômico que apresenta análises robustas sobre o potencial da região ao calcular a oportunidade financeira por trás das estratégias de mitigação de emissões de gases efeito estufa (GEE) e destaca projetos escaláveis que promovem uma nova abordagem baseada na natureza, centrada em pessoas e positiva para o meio ambiente.

O estudo reúne um rico e extenso corpo de pesquisas e análises desenvolvidas por instituições, organizações e especialistas que são referências globais sobre o papel da Amazônia na mitigação da crise climática, como o climatologista Carlos Nobre, a empreendedora cívica Ilona Szabó, presidente e cofundadora do Instituto Igarapé, e o professor especialista em desenvolvimento sustentável Virgílio Viana, fundador da Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Diversos outros cientistas, líderes empresariais, públicos e do setor social, povos indígenas, comunidades locais da Amazônia também generosamente contribuíram com o relatório.

Segundo os cálculos, o Brasil pode mitigar 1,3 Gton de carbono até 2030, quantidade superior à sua própria pegada atual de carbono, e contribuir com cerca de 1,9 Gton em excedente de carbono para o resto do mundo até 2050.