Trombose é uma das principais causas de morte de pessoas com câncer
Ainda é preocupante a incidência de trombose em pacientes oncológicos, o que pode ser minimizado com ações preventivas e cuidados durante o tratamentoO Dia Internacional da Luta contra o Câncer, 27 de novembro, alerta para uma complicação que ainda é pouco debatida: a trombose é a segunda causa de morte de doentes oncológicos no mundo. O médico hematologista, patologista clínico e diretor do Laboratório São Paulo, Daniel Dias Ribeiro, revela que a incidência de trombose em pacientes com câncer é até sete vezes maior do que em pessoas saudáveis. “O doente oncológico tem maior probabilidade de desenvolver distúrbios de coagulação e consequentemente a complicação da trombose. Cerca de 10% dos pacientes com câncer terão trombose” , acrescenta.
Além do câncer elevar as chances de trombose, o tratamento da doença, que pode incluir sessões de quimioterapia, repouso e o pós-operatório, também contribui para aumentar as ocorrências dessa complicação. Alguns tipos de câncer se associam ao maior risco de Tromboembolismo Venoso (TEV), como os tumores no cérebro, estômago, pâncreas, linfomas, rins e ovário.
Daniel Ribeiro entende que a informação e a prevenção são as melhores medidas para reduzir a incidência e o óbito por incidência do TEV em pacientes oncológicos. É possível realizar algumas medidas de profilaxia logo que a pessoa é diagnosticada com o câncer, antes e depois de cirurgias e internações. “É preciso fazer uma avaliação individual e, em algumas situações, utilizar medicamentos, como anticoagulantes para prevenir a trombos. O TEV em pacientes com câncer pode exigir internação, atrasar o tratamento (quimioterapia, radioterapia) e reduzir a sobrevida”, alerta ele.
O médico acrescenta que é muito importante ficar atento aos sinais do TEV. Cerca de 70% dos casos ocorrem nas pernas, outros 25% são no pulmão e os 5% restantes em outros órgãos, como o cérebro. Entre os sintomas, estão: dor ou desconforto na panturrilha ou coxa, aumento da temperatura e inchaço da perna, pés ou tornozelos, vermelhidão e/ou palidez, sensações e/ou falta de ar, dor no peito (que pode piorar com a inspiração), taquicardia,tontura e/ou desmaios.