Diabetes mellitus 2 pode levar anos para apresentar suas primeiras manifestações clínicas
No dia 14 de novembro acontece o Dia Mundial do Diabetes e, por isso, esse mês é dedicado à conscientização e prevenção desta doença que atinge cerca de 16 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). O Novembro Diabetes Azul torna-se ainda mais importante quando vemos que, ainda de acordo com a entidade, metade dessas pessoas desconhece o diagnóstico. As estatísticas são assustadoras e o número crescente de casos da doença está diretamente relacionado à má alimentação, sedentarismo e ganho de peso.
Diabetes é uma doença crônica intimamente relacionada ao hormônio insulina, responsável por controlar a quantidade de glicose no sangue. Quando a pessoa tem a doença, o organismo não produz insulina ou não consegue usar adequadamente o que produz. Dessa forma, o diabetes pode ser classificado em diferentes subtipos, sendo os mais frequentes o diabetes mellitus tipo 1 e o diabetes mellitus tipo 2. O tipo 1 é aquele onde o corpo apresenta, desde o início, deficiência na produção de insulina pelo pâncreas, sendo geralmente diagnosticado durante a infância e adolescência. Já no tipo 2, o corpo não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz.
O tipo mais frequente de diabetes é o tipo 2, representando cerca de 90% de todos os casos da doença. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, mas também pode ocorrer em jovens, associado sobretudo à obesidade. Alguns fatores como excesso de peso, pressão alta, diagnóstico de pré-diabetes, colesterol alto, histórico familiar de diabetes, diagnóstico de doença renal crônica, síndrome dos ovários policísticos, diabetes gestacional e mulheres com recém-nascidos com mais de 4 kg, são fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e devem servir de alerta para a necessidade de consultar um endocrinologista.
Alguns sintomas aparecem quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados e podem alertar para o diagnóstico de diabetes, como urina excessiva, excesso de sede, perda de peso e visão borrada. É importante lembrar que o diabetes tipo 2 é uma doença muito silenciosa e pode levar anos até que aconteçam as suas primeiras manifestações clínicas e, por isso, as pessoas que têm fatores de risco devem ser avaliadas periodicamente, para fazer o diagnóstico mais precocemente.
O controle dos níveis de glicose é necessário para evitar complicações futuras decorrentes da doença, como cegueira, perda da função dos rins, alterações dos nervos, amputações e doenças cardíacas. Dessa forma, a detecção precoce do diabetes é muito importante. “Uma vez diagnosticado o diabetes, iniciamos a terapêutica com mudança de estilo de vida e medicamentos. O tratamento medicamentoso é uma forma de alcançar o controle glicêmico rapidamente e mantê-lo em níveis adequados para, assim, evitar as complicações crônicas da doença”, afirma a endocrinologista e médica consultora da FQM, Erika Paniago Guedes.
Dra. Guedes alerta que a mudança do estilo de vida, com a adoção de dietas equilibradas e a prática de exercícios físicos, é fundamental no tratamento. O paciente com diabetes precisa de consultas médicas periódicas, onde o controle da doença será avaliado para verificar a necessidade de ajustes dos medicamentos para manter os níveis adequados de glicose no sangue.
Vale ressaltar que o gerenciamento da taxa de glicemia reduz o risco de desenvolver complicações e pacientes já diagnosticados podem levar uma vida normal, ativa e feliz. O tratamento adequado e o acompanhamento médico são imprescindíveis.