Mario Eugenio Saturno
O IBOPE deste dia 18 de setembro deixou-me estupefato com
a polarização entre esquerda e direita, um jogo de paixões que coloca
candidatos pouco ou nada preparados nos primeiros lugares da disputa.
A pesquisa de opinião foi feita entre os dias 16 e 18,
teve 2506 entrevistados, o que assegura um erro de 2 pontos percentuais e
confiança de 95%. Para quem não teve oportunidade de estudar Estatística,
desqualificar pesquisa é apenas mostrar-se leigo. Muitas profissões como
medicina e engenharia estudam Estatística para entender como aplicar o
conhecimento de suas áreas. Mas é claro que pesquisa de opinião tem que ser
lida como ela é, um retrato do momento.
É certo que a realidade não é um momento, não é um
retrato estático, está mais para um filme dinâmico. E é isso que assusta. Se
olharmos a evolução das pesquisas do IBOPE veremos que os eleitores do Alckmin,
Alvaro, Amoedo e Meirelles, que representavam 18% do eleitorado, caiu agora
para 13%. Ou seja, 87% dos eleitores não enxergam a desgraça que o país cairá
sem o apoio dos investidores.
Esses quatro candidatos representam melhor o pensamento
liberal, apoiaram as reformas já feitas e que tiraram o Brasil da pior
depressão econômica que nosso país já viveu. E são esses candidatos que propõem
fazer outras reformas econômicas, previdenciárias e políticas. A maioria deles
até tem um bom trânsito entre os partidos políticos. A condição essencial é que
sem investimentos não tem melhoras econômicas, o desemprego vai piorar e o
salário de quem está empregado também diminuirá, a arrecadação dos impostos
ficará estagnada, impossibilitando redução.
Os três primeiros candidatos no IBOPE, Bolsonaro, Ciro e
Haddad e mais a Marina somam 64% dos votos. Esses candidatos não atraem
investidores hoje, porque todos esses aí votaram ou apoiaram posições similares
contra o teto de gasto, contra a reforma trabalhista, contra aposentadoria etc.
Ou seja, tem posições que já levaram o Estado a quebrar.
Parece inacreditável que depois de eleger a inapta Dilma
por duas vezes, o eleitorado esteja disposto a cometer o mesmo erro. Na verdade
um erro até maior já que Bolsonaro além de mostrar-se inapto, sem saber propor
algo para o país, sem capacidade de atrair políticos, quase não conseguindo
partido para disputar estas eleições, faz declarações que geram instabilidade
política. Esperava-se mais de alguém que já está há 27 anos na vida pública.
A última declaração foi dizer que não será eleito porque
as urnas eletrônicas serão fraudadas. Isso é um absurdo sem tamanho. As urnas
eletrônicas são mais seguras que o voto em papel! Deixem de ser desconfiados,
eu fui a primeira pessoa a defender a tese de que nossa Constituição exige que
a conferência dos votos possa ser feita por qualquer eleitor, ou seja, por
leigos! Só por isso tem que imprimir os votos.
Antes da Dilma, as pessoas diziam que as prioridades que
o Estado deveria ter era saúde, segurança e educação, e eu dizia que deveria
ser o combate a corrupção. Depois da Dilma, combater corrupção é importante,
mas competência para governar é muito mais, afinal, inaptidão destrói o país!
Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é
Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e
congregado mariano