Segundo dados divulgados pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 a estimativa é que 80 milhões de
pessoas no mundo tenham glaucoma. Esses números preocupantes mobilizaram o
setor de saúde e, com o objetivo de disseminar o conhecimento e conscientizar a
população sobre a importância dos cuidados com os olhos, em 26 de maio é o Dia
Nacional de Combate ao Glaucoma. Por ser uma doença silenciosa, que raramente
causa dor, as pessoas não costumam procurar o oftalmologista para identificar
se estão saudáveis.
Diante dos seus riscos, é
importante esclarecer que o glaucoma é uma doença ocular caracterizada por
alteração do nervo óptico, que causa um dano irreversível das fibras nervosas
e, como consequência, a perda de campo visual. Erroneamente, as pessoas
associam o glaucoma com a pressão dos olhos, assim, é importante esclarecer que
esse é um dos principais fatores de risco, porém, não é o único, uma vez que,
embora existam pacientes diagnosticados com a doença, alguns têm a pressão
normal.
Vale destacar ainda que o
glaucoma pode ser hereditário, por isso, quem tem casos da doença na família
precisa investigar, pois aumenta o risco de desenvolver a efemeridade. Existem
ainda outros fatores de risco tais como: uso crônico de corticosteroides –
tanto via oral, nasal quanto na forma de colírios. Quem tem doenças como
diabetes e problemas cardíacos também está mais propenso.
O glaucoma é mais comum após os
60 anos de idade, contudo, vale a ressalva que indivíduos em outras faixas
também podem ser surpreendidos, especialmente, se tiverem histórico de trauma
ocular, quem faz uso excessivo de corticoide, histórico familiar e doença
inflamatória ocular (Uveites). Nem mesmo as crianças estão livres. Há bebês que
nascem com o aumento da pressão intraocular e com perda visual grave logo nos
primeiros anos de vida, se não tratado. A partir de um ano já é
indicado à realização de avaliações dos olhos, neste caso, não apenas para essa
doença, mas para garantir também a saúde ocular completa.
Existe ainda uma forma congênita,
quando os recém-nascidos já apresentam uma lesão no nervo óptico e, nesses
casos, precisam de tratamento cirúrgico. Essa é uma doença genética rara,
herdada pelas mães durante a gestação.
Por sua vez, o glaucoma crônico
de ângulo aberto é o mais comum e, neste caso, o paciente apresenta aumento da
pressão intraocular e déficit do campo visual.
Já o glaucoma de ângulo fechado é
o mais emergencial, uma vez que pode causar a perda visual irreversível
rapidamente e, por fim, o glaucoma do tipo secundário pode acontecer devido a
alguma complicação médica, seja pelo uso excessivo de corticoides ou até mesmo
por conta de cirurgias como cataratas.
Para finalizar, é fundamental
ressaltar que a melhor prevenção é a consulta anual ao oftalmologista, pois
esse profissional é apto para avaliar se há suspeitas da doença e, caso o
diagnóstico seja positivo, realizar o tratamento adequadamente com colírios e,
ou até mesmo se for preciso, indicar a cirurgia. Com o avanço da medicina
e dos recursos de diagnóstico, hoje a identificação do glaucoma é muito
precisa.
*Dr. Alexandre K. Misawa
é oftalmologista do HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São
Paulo.