A supervisora pedagógica do
Colégio Alfa Cem Bilingue, Maria do Socorro, que tem unidades em Jacarepaguá e
na Barra da Tijuca, concorda que a ansiedade de ambos - pais e filhos - na
subida desse degrau de construção da autonomia da criança é um sentimento
comum diante do novo - mas nada fácil;
- O processo de adaptação envolve tanto a criança quanto a
sua família e cabe a escola receber os pais como coadjuvantes dessa fase,
convidá-los a participar da adaptação para que através do envolvimento com a
equipe, a criança sinta-se segura, já que ela percebe bem o acolhimento do
ambiente, diz.
Maria do Socorro lembra que 'a criança é
seletiva na escolha do espaço para o seu bem estar e é fundamental apresentar a
escola como uma instituição segura que conduz ao conhecimento, envolvida pelo
afeto e companheirismo'. A pedagoga Alessandra Marassi, coordenadora pedagógica da
Educação Infantil do Colégio Notre Dame-Recreio, concorda. Segundo ela 'ambos
precisam se sentir seguros e confortáveis nesse novo ambiente';
'_A construção de um espaço afetivo de qualidade é fundamental.
Este espaço deve ser criado cuidadosamente com a formação de vínculos afetivos
e de confiança', disse. Segundo Marassi, atividades acolhedoras, brincadeiras e
atenção redobrada ajudam muito este momento e é fundamental q os pais se
coloquem numa postura firme e confiante, passando para a mensagem do quanto é
bom ficar na escola. Assim que as crianças percebem que a família confia nos
professores e na escola, se sentem mais seguras também' explica.
E as lágrimas comoventes na porta da escola? Marassi destaca que
aquele 'chorinho' vez ou outra é absolutamente normal;
_ 'É só a dificuldade de se despedir. Passado poucos minutos,
podemos ver a criança se divertindo bastante. Por isso é importante estar
atento a todos estes sinais', diz. Maria do Socorro endossa as
palavras de Marassi 'Muitas vezes o choro é
inevitável, tanto para os filhos quanto para os pais, pois esse novo mundo é de
tanto encantamento que transborda, diz. 'A confiança é fundamental'.
Marassi explica que, caso seja preciso que a mãe ou pai fiquem
dentro da sala de aula por um tempo, deve-se adotar uma postura mais passiva,
passando a responsabilidade dos cuidados e atividades para a professora, só
assim a criança vai percebendo que essa nova relação é autorizada pela família;
_ 'O bom dessa história é que em 27 anos de educação, nunca vi
uma criança não se adaptar. Cada um é de um jeito. Uns entram rapidamente na
rotina e outros demoram mais. Cada um ao seu tempo e logo todos estão prontos e
seguros para viverem essa deliciosa experiência que é aprender, fazer amigos,
descobrir é crescer', diz a coordenadora do Colégio Notre Dame-Recreio.