Mario Eugenio
Saturno
Pesquisadores
da Universidade de Michigan, da Pontifícia Universidade Católica do Chile e do
grupo “Independent Scholar” para correlacionar autoconceito e avaliações
padronizadas de resultados acadêmicos. Para isso, utilizaram dados dos Estados
Unidos da América e do Reino Unido.
Como definição
de autoconceito, ou seja, as crenças cognitivas que as pessoas têm sobre si
mesmas, para este estudo, é entendido como: os estudantes percebem suas
capacidades para ter sucesso em tarefas acadêmicas.
A pesquisa
envolveu jovens com idades entre 5 a 18 anos, sendo 13.901 crianças britânicas
do estudo longitudinal Avon de Pais e Filhos, 1.354 crianças norte-americanas
do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano e 237 crianças
americanas do Painel de Estudo de Dinâmica do Rendimento e Suplemento de
Desenvolvimento Infantil.
O estudo
considerou o sucesso anterior da criança, suas características e antecedentes,
incluindo peso ao nascer: raça ou etnia, gênero, idade e educação materna.
Os
pesquisadores descobriram que o autoconceito das crianças sobre a sua
habilidade em matemática foi determinante para o sucesso posterior em
matemática. Da mesma forma, seu próprio conceito de sua habilidade na leitura
previu seu êxito na leitura posterior. O resultado sugere que os links entre
autoconceito de habilidade e a conquista posterior são determinantes.
O estudo também
mostrou que o sucesso não se limitava aos melhores alunos. Mesmo no grupo de
alunos com menor desempenho, os que tiveram uma visão mais positiva de suas
habilidades de matemática e leitura foram melhores.
Isso nos mostra
que tão importante quanto ter um professor de boa qualidade é ter um professor
que faça seus alunos acreditarem que podem ter sucesso em matemática e leitura,
para que realmente suas chances de conseguir melhores resultados.
Em outra
pesquisa, o Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan
estabeleceu uma relação entre o comportamento antissocial e o fracasso no
trabalho.
Em geral, os
estudos de pesquisa sobre conquistas socioeconômicas se concentram na
capacidade cognitiva e no desempenho educacional como fatores fundamentais, mas
recentemente os pesquisadores começaram a explorar fatores não cognitivos, como
saúde mental, problemas comportamentais e traços de personalidade, e como eles
desempenham um papel importante no desempenho acadêmico e no trabalho.
A pesquisa usou
dados do Estudo Longitudinal de Personalidade e Desenvolvimento Social de
indivíduos entre as idades de 8 a 50, da cidade Jyväskylä, no centro da
Finlândia. A região, que é étnica e socioeconomicamente homogênea, fornece um
cenário valioso para cientistas sociais estudar como os traços de personalidade
influenciam a vida das pessoas.
Os
pesquisadores examinaram os dados de 369 pessoas, seguindo-as aos 8, 14, 27,
36, 42 e 50 anos. As pessoas que demonstram comportamentos antissociais, como
ser agressivo, hiperativo e ter problemas na escola, tendem a sofrer desemprego
crônico, pobreza persistente, e sofrer uma morte prematura.
Professores e
autoridades têm mais um fator para trabalhar e formar cidadãos melhores.
Mario Eugenio
Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.