Especialista destaca os principais pontos de atenção e
ressalta que aleitamento exclusivo até os seis meses de idade pode evitar o
surgimento de alergias e hipersensibilidades alimentares
Tão
difícil quanto lidar com a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e a
intolerância à lactose é saber a diferença de uma para a outra. Antes de tudo,
é preciso entender a característica principal que difere as patologias. Na
APLV, como o próprio nome diz, o organismo da criança reage contra as proteínas
lácteas, especialmente a caseína e a betalactoglobulina. Já a intolerância à
lactose decorre da má absorção do açúcar ou carboidrato presente no
leite.
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A APLV tem inclinação imunológica e até genética, cujos sinais e sintomas o
bebê vai apresentar ao longo da vida, dependendo da forma que for exposto à
proteína. Por isso, a importância da amamentação exclusiva até os seis meses da
criança. Quanto mais cedo o contato com a proteína do leite, maior a
possibilidade de desenvolver a alergia se houver a predisposição – explica Dra.
Carla Dall Olio, coordenadora da Emergência Pediátrica do Hospital Barra D’Or.
A faixa etária para
o surgimento dos sintomas da alergia ou da intolerância vai depender da introdução dos alimentos derivados do leite, da época do
desmame ou do tipo de alimentação da mãe, já que isso influencia na composição
do leite materno. Por exemplo, se essa dieta for baseada em produtos lácteos, a
sintomatologia pode ser mais precoce. Geralmente, a APLV se apresenta em bebês menores de um ano, e a intolerância à
lactose é expressiva a partir dos seis anos, sendo mais evidente na
adolescência.
Outra diferença entre os
problemas é a apresentação dos sintomas. Os da APLV são mais relacionados à
digestão, e podem ser agrupados em dois grupos: gastrointestinais (vômitos,
diarreias, refluxo e colites) e cutâneos (dermatite atópica e urticárias), além
de pouco ganho de peso e até irritabilidade. Os sinais da intolerância são
parecidos com o da alergia, porém mais centralizados na parte intestinal:
distensão abdominal, flatulência, desconforto abdominal e, em casos mais
graves, vômitos e diarreia.
A
restrição alimentar está presente no tratamento de ambas doenças. Na
intolerância, é necessário reduzir o consumo de produtos lácteos, além de fazer
uso da enzima lactase conforme prescrição médica. Para o cuidado com a APLV,
exclui-se rigidamente a proteína do leite de vaca da dieta do bebê, caso ele
não esteja mais no aleitamento exclusivo. Se for preciso, o médico pode refazer
um teste de consumo da proteína de acordo com a evolução clínica e laboratorial
do caso.
- No surgimento dos sintomas da APLV ou a Intolerância a lactose, o
ideal é procurar o pediatra ou clínico. Não faça dietas e restrições
alimentares sem orientação dos especialistas. O médico irá orientar a procurar
os especialistas certos, para o melhor apoio multiprofissional, especialmente
da nutricionista, para que o melhor manejo destas restrições alimentares seja
aplicado sem causar maiores danos à saúde. Não use aplicativos ou sites, o
diagnóstico requer cuidado para não rotular o paciente de forma leviana e
danosa – aconselha Dra. Carla Dall Olio.