O vereador Fernando William (PDT) conseguiu número
suficiente de assinaturas para criar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro a
"Frente parlamentar pela redução de homídios e pela cultura de
paz", que vai atuar de forma continuada na busca de soluções para os
conflitos na cidade. A ideia é fazer um fórum permanente de discussões com a
sociedade civil organizada, órgãos de segurança pública e membros da academia.
Pela manhã, o vereador promoveu um debate público sobre o segurança com a
presença do presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, Wanderley
Ribeiro; da delegada da Polícia Civil, Gisele Vilarinho Faro; do ex-coordenador
do Rio sem Homofobia, Cláudio Nascimento; da Coordenadora do Centro de Apoio
Operacional das Promotorias Criminais do Ministério Público, Somaine Patrícia
Cerrutti Lisboa, e familiares da menina Maria Eduarda, morta dentro da
escola. O Relações Públicas da Polícia Militar, o Major Ivan Blaz, apesar de
ter confirmado presença, não participou do evento.
Em 2016, segundo dados do ISP, foram mais de 5 mil
homicídios, uma média de 13 por dia no estado, lembrou a delegada Gisele
Vilarino. Foi exatamente pensando nesses números que o vereador Fernando
William (PDT), que mediou o debate, se empenhou em formar a Frente Parlamentar
pela redução de homicídios na capital. " A gente quer tentar redefinir a
política de segurança pública, especialmente para diminuir os homicídios que
acontecem na cidade do Rio de Janeiro. Como é que as armas chegam nas comunidades,
como que as drogas chegam? A gente precisa identificar quem são os
intermediários, quem são os grandes barões e quem está financiando esse
conflito", disse ele, que durante a audiência comparou a situação do Rio a
uma "guerra civil".
Para o presidente da Associação de Praças da
Polícia Militar, Wanderley Ribeiro, um dos grandes problemas do Rio é a gestão
equivocada da polícia, que em sua opinião, deveria ser desmilitarizada. Ele
sugeriu também o fim da Justiça Militar. Ribeiro ressaltou que policiais
são sempre vítimas no atual momento da segurança pública. Até esta terça-feira
(24), 58 policiais haviam sido mortos este ano no Estado, segundo Wanderley.
" Os policiais de base são as maiores vítimas em um sistema que te joga na
boca do lobo. Temos coletes vencidos, carros sem combustível, armas que falham
em operações. O que está faltando é planejamento adequado", afirmou ele.