Hoje em dia, as pessoas,
de um modo geral, possuem uma rotina muito agitada. É a preocupação com o
trabalho. É o trânsito que dificulta a locomoção. São as contas que precisam
ser pagas. São os compromissos familiares, com amigos ou com colegas de trabalho.
Por conta disso, os filhos concorrem com diversas coisas que gastam tempo
e esforço dos pais.
Porém, a falta de
atenção às crianças pode comprometer, entre outras coisas, o desenvolvimento
cognitivo dos pequenos, é o que alerta Luciana Brites, psicopedagoga da Neuro
Saber (www.neurosaber.com.br).
Para exemplificar, a
especialista citou dados de uma pesquisa realizada com 34 mil crianças e
adolescentes pelo Literacy Trust, uma instituição inglesa dedicada à
alfabetização e incentivo à leitura
Conclui-se que conversar durante as
refeições ajuda a criar filhos mais confiantes.
Ela conta que, para
chegar a esse resultado, as crianças responderam como era o momento das
refeições em suas casas. No questionário, algumas perguntas ainda avaliaram
indiretamente suas habilidades sociais e comunicativas.
O estudo apontou que 87%
das que sentavam com as famílias durante a refeição, uma em cada quatro não
dialogava com os pais ou irmãos. Entre aquelas que sempre comiam com os pais e
conversavam durante as refeições, 75% disseram se sentir à vontade para
participar de debates na sala de aula. Entre os que não conversavam, esse
número caiu para 57%.
Luciana conta ainda que
quando os entrevistados foram perguntados sobre como se sentiam ao falar na
frente dos amigos na classe, no primeiro grupo, que tinham diálogo em casa, 62%
disseram se sentir bem, comparado com 47% no segundo que viviam com famílias
com pouca interação.
- Isso mostra a
importância da atenção que os pais precisam dar para os filhos. Até mesmo uma
pequena conversa durante as refeições é uma ótima ferramenta para o desenvolvimento
dos pequenos - ressalta.
Por esse motivo, Brites
diz que é fundamental aproveitar cada momento do dia e mostrar o quanto se
preocupa com os pequenos. A especialista ainda explica que a interação com os
pais, como simples diálogos, ajudam a elas a saberem se expressar melhor e
ainda a tornam mais autoconfiantes. “Isso faz toda a diferença na escola como
também na fase adulta, tornando-as profissionais e colegas de trabalho
melhores”.
Porém, a especialista
alerta sobre os excessos. Segundo Brites, há pais que se dedicam tanto que
passam até uma insegurança para a criança, não estimulando a sua autonomia.
Ela
comenta que os responsáveis precisam ter momentos para fazerem coisas que
gostam, e outros para fazerem coisas que gostam com os filhos.
- E, às vezes, os filhos
querem fazer atividades sozinhos e isto tem que ser respeitado. O segredo é ter
equilíbrio sempre - conclui.