Baseando-se nesta realidade e com a
experiência de 2014 e 2015, o comércio já começa a se programar para tentar
equilibrar os custos extras de fim-de-ano sem perder no lucro. Esta é uma época
em que o comércio trabalha mais para tentar compensar o desempenho dos outros
meses. Afinal, independente de crise, é no fim-do-ano que as pessoas consomem
além do normal. Nos shoppings, por exemplo, a expectativa nas vendas é um pouco
maior do que no comércio de rua. Pela previsão da Associação Brasileira de
Shoppings Centers (Abrasce), a alta será de 4,5%.
Mas é justamente nos shoppings, onde a
movimentação é maior - tanto pela comodidade, segurança e conforto que
oferecem, quanto pelo tempo com as lojas abertas, que costuma ser estendido nesta
época do ano - que os gastos com energia elétrica são maiores também. Gasta-se
com climatizadores, escadas rolantes, elevadores, entre outros. Mas o grande
vilão desta história é, sem dúvida, o ar condicionado, pelo fato de ser um
equipamento que demanda mais energia funcionando por mais tempo, num período
mais quente em todo o país. Podemos dizer que a soma desses fatores altera
consideravelmente o produto na conta de luz, no final do mês.
Para piorar a situação, o Instituto
Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, que previu que 2016 seria o ano mais
quente do século, superando 2015 e 2014, já alertou que em 2017 a temperatura
ficará ainda mais elevada.
De acordo com uma análise feita pela ACS - Automação, Controles e Sistemas Industriais Ltda -,
empresa especializada na fabricação de soluções para
o controle, administração e redução dos custos com energia elétrica e outros
insumos, o consumo elétrico de alguns clientes do setor varejistas, que
utilizam ar condicionado, costuma apresentar um acréscimo médio de 13% em
dezembro, em comparação com o resto do ano. Esta variação mostra-se ainda maior
no verão, que tem início dia 21 deste mês e vai até 20 de março, quando o
acréscimo chega a 31%.