Mario Eugenio Saturno
Não queria mais
escrever sobre Lula -exceto quando ele for condenado-, eu denuncio Lula desde
maio de 2002 quando escrevi o artigo “uma ideologia para Lula”, e era um dos
poucos que já suspeitava do viés corrupto e incompetente da oligarquia petista.
Porém, alguns aspectos da denúncia dos procuradores de Curitiba chamam a
atenção.
Fiquei surpreso
com a repercussão em alguns países como a França e Portugal, estavam
convencidos de haver um “golpe”, ou seja, parece que nesses países os poderosos
não precisam seguir a lei como os cidadãos comuns. No Brasil, ao contrário, tem
lei e vale para todos, inclusive para o presidente. Não muito diferente de
outros países como o Japão, em janeiro, o ministro Akira saiu do governo porque
recebeu 8.400 dólares de propina!
E Lula? Pobre
Lula! Ele acredita estar acima da lei e porque fez, ou melhor, ampliou alguns
programas sociais. A mesma visão de quem enriquece não muito licitamente,
tornam-se benfeitores em busca da redenção social.
Sem ter muito
do que falar, classifica-se então a denúncia dos procuradores de espetáculo e
sem provas... Oras! E desde quando a abertura de inquérito é preciso conter
provas? Nessa fase precisa-se de evidências. E como elas abundam! Espetáculo?
Oras! Quando, em julho de 2005, a Polícia Federal invadiu a Daslu e prendeu a
dona e sócios, com uso de algemas inclusive, Lula veio a público comemorar a
prisão de “poderosos”. Nada mudou senhor Lula, agora o poderoso é o senhor!
Outra crítica
aos procuradores foi que eles incluíram crimes que não fazem parte do
inquérito. Oras! Tive a sorte de assistir à apresentação dos procuradores,
apresentaram todo o enredo, se algumas partes não fazem parte do que será
julgado pelo juiz Moro, sem elas o entendimento da organização ficaria
prejudicado. Foi uma excelente apresentação.
Os procuradores
observaram que após a prisão de José Dirceu, o esquema continuou, demonstrando
que não era Dirceu o chefe da quadrilha. Para eles, Lula, após assumir o cargo
de Presidente da República, comandou a formação de um esquema de desvio de
recursos públicos destinados a enriquecer e -conforme Jefferson Peres já havia
denunciado bem antes-, visando à perpetuação criminosa no poder, comprar apoio
parlamentar e financiar as campanhas eleitorais dos aliados.
Para a
força-tarefa da Lava Jato Lula comandou o esquema de corrupção na Petrobras,
com a empreiteira OAS, desviou ao menos R$ 87,6 milhões da estatal. E teria
recebido R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas da empresa, como a compra do
tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, R$ 1,1 milhão, mais R$ 926 mil
para reformá-lo e R$ 350 mil para instalar equipamentos de cozinha, e ainda R$
1,3 milhão para armazenar bens de Lula.
Foram também
denunciados a ex-primeira-dama Marisa Letícia; os executivos da OAS Léo
Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros e Paulo Gordilho; o presidente do Instituto
Lula, Paulo Okamotto; Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira. Lula já
responde em Brasília por obstrução da Justiça na Lava Jato, atuando para evitar
a delação do Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Mais dia, menos dia, Lula
vai preso!
Mario Eugenio
Saturno (cienciacuriosa.blog.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.