terça-feira, 8 de março de 2016

Os refrigerantes e nossa saúde.

João Antonio Pagliosa

O consumo de refrigerantes nos dias atuais é algo muito, muito alto. E todos os refrigerantes do mercado brasileiro são altos em açúcar, portanto, não é à toa que o aumento nos índices de obesidade de nossa população, vem crescendo em escala geométrica, e vem assustando as autoridades de saúde de nosso país.

Hoje, por incrível que pareça, muitos pesquisadores de saúde em todo o planeta, comparam a batalha de redução de consumo de refrigerantes, às campanhas para redução no consumo de cigarros que se realizavam poucos anos atrás.

Sim meus prezados, esta comparação procede e tem sustentação porque os refrigerantes são altamente calóricos, e tem zero de outros nutrientes. Sua ingestão exagerada induz ao surgimento de fígado graxo ou esteatose, uma séria complicação orgânica que atinge as pessoas gordas e também as magras. A ingestão de refrigerante, é causa do acúmulo de gordura visceral, e tal gordura é muito mais prejudicial ao organismo humano que a gordura subcutânea, porque tem relação com a síndrome metabólica, isto é, a gordura visceral aumenta a necessidade do corpo de produzir insulina e portanto, aumenta as chances de desenvolver diabetes e doenças cardíacas.

Ora, nesta escalada à obesidade de nossa população, é imprescindível reduzir o consumo de refrigerantes em nossas refeições, substituindo-o por sucos naturais, chás, ou mesmo água pura. Eu aprecio uma limonada e sei que é muito benéfico à nossa saúde.

Como chefe de família, procuro incutir em nosso lar, quão saudável é a ingestão de água pura ao nosso organismo.

A Coca-Cola é o refrigerante mais popular e mais consumido em todo o planeta, e apenas uma latinha, possui mais açúcar que toda a ingestão recomendada para a ingestão diária de uma pessoa adulta. É muito saborosa, mas...

Os malefícios do consumo exagerado de açúcar, aliado a uma vida de pouco exercícios físicos, são visíveis e incontestáveis, porém, de maneira geral, a população vem se alertando dos males oriundos do consumo de refrigerantes e, nos últimos três anos, o consumo vem caindo e há uma tendência clara de continuar em queda. Felizmente!

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão de no máximo 25 g de açúcar por dia por pessoa adulta. Uma só latinha de refrigerante possui 37 gramas de açúcar.

Adoçantes artificiais, sempre presentes nas versões "diet" são outro problema, porque estes produtos químicos interferem no desenvolvimento de nossa flora intestinal, e nossa saúde depende essencialmente de um sistema digestivo saudável.

Em Israel, o famoso Instituto Weizmann, constatou que bactérias que vivem normalmente no intestino humano, quando expostas aos adoçantes artificiais, desenvolvem reação inflamatória similar a que aconteceria se o indivíduo ingerisse açúcar em excesso. Nestas condições, o corpo humano, em algumas pessoas com predisposição genética, passa a ter intolerância à glicose, e este constitui o primeiro passo ao desenvolvimento de diabetes, uma doença que se dissemina de forma assustadora entre a raça humana.

E, outra questão crucial dos refrigerantes, são os altos níveis de sódio e o sódio é o principal responsável pelo aumento da pressão sanguínea, além de contribuir no aumento dos riscos de cardiopatias. Sal e açúcar, portanto, precisam ser bem monitorados.

Mas a população está ciente dos efeitos nocivos de refrigerantes e o consumo diminui bastante. Isso levou os fabricantes a diversificarem seu negócio. Aqui no Brasil a Coca-Cola comprou a marca de sucos Del Vale, e adquiriu também a marca de chás Leão, com sede na cidade de Curitiba.

A Pepsi, que persegue a Coca-Cola, par e passo, já é dona da Gatorade e também dos chás Lipton.

Como os refrigerantes tendem a queda de consumo, e isso parece irreversível, nada mais natural ao empresário do setor, que diversifiquem suas atividades, não é mesmo?

João Antonio Pagliosa é Engenheiro Agrônomo e Nutricionista Animal
www.palestrantejoaopagliosa.blogspot.com.br