quarta-feira, 18 de novembro de 2015

"MINAS GERAIS E PARIS: AS DUAS FACES DO “TERROR”

Claudio Carneiro



 
 
 
 
 
 
Infelizmente, duas tragédias tomaram conta das mídias em todo o mundo, a saber: os atos de terrorismo que provocou um “massacre” em Paris e o acidente que aconteceu em Mariana no Estado de Minas Gerais.
Tais fatos acabaram por acirrar uma discussão nas redes sociais sobre qual tragédia mereceria maior atenção por parte da população, como se o “terror” pudesse ter algum lado positivo. É bom lembrar que expressão “terror” significa qualidade ou particularidade do que é terrível, assim estamos todos tristes pelo que aconteceu em ambas as situações. O ato covarde que matou mais de cem pessoas em Paris é tão triste e cruel quanto o mar de lama que se formou em Mariana e permitiu mais um triste recorde brasileiro, ou seja, o maior acidente da História em quantidade de material despejado por barragens de rejeitos de mineração.
 
Apesar do desastre de Minas Geras ter matado menos gente do que o ocorrido em Paris, os danos, sobretudo o ambiental são incalculáveis e, por isso, os prejuízos ainda estão aumentando já que o mar de lama continua avançando pelo Rio Doce e atingindo diversas cidades cortando o Estado de Minas Gerais e partindo em direção ao Espírito Santo. O que é mais triste nessa história é que parece que mais uma vez estamos diante de uma tragédia anunciada em função da omissão do Poder Público. Especialistas afirmam que a recuperação da área afetada não durará menos de dez anos e que a recuperação da Bacia do Rio Doce custará bilhões de reais.
De outro lado, na Europa, após o maior atentado terrorista da História recente da França, o Presidente François Hollande em seu discurso disse que a França está em guerra e propôs até mudar a Constituição.

Enfim, sejam as ameaças do Estado Islâmico acirrando o clima de tensão entre os americanos e franceses ou acidentes que infelizmente matam dezenas de pessoas como o ocorrido em Mariana, o fato é que a tristeza atinge todos os brasileiros e franceses, bem como todo o mundo. Não há mal maior ou menor - o mal é sempre ruim! Apesar de parecer redundante, devemos sempre ser solidários em todas as situações em que a concepção literal do que seja o “terror” apareça. Para qual direção caminha a humanidade?
 
* Advogado, Professor e Escritor. Doutor e Mestre em Direito. Sócio do Carneiro & Oliveira Advogados. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e Diretor da Escola Superior de Advocacia da OAB Barra. Professor Universitário e Autor de várias obras jurídicas.       
E-mail: claudio@carneiroeoliveira.adv.br