A geração de energia renovável nos telhados está quase
sempre associada à solar, mas isso não é uma regra e a Intel está mostrando
exatamente isso. É uma rede composta por 58 turbinas eólicas com potencial para
gerar um total de 65 kWh. Cada turbina tem cerca de 2m de altura e pesa 13 kg.
O parque eólico de pequenos geradores é apenas uma prova
de conceito. E compartilha o espaço na cobertura do edifício com uma matriz
maior de painéis solares. A Intel quer reunir dados suficientes para avaliar o
desempenho da matriz de microturbinas para ajudar casas e empresas a integrar a
mesma tecnologia.

Ao contrário de outras empresas, como Apple e Google, a
Intel foca na energia renovável nas suas próprias instalações, ao invés de
construir e investir em usinas de energia independentes. Hoje, a Intel já
produz energia para 12 de seus complexos nos EUA, Israel e Vietnã, produzindo
12 milhões de kWh de energia solar por ano. Além disso, os dois complexos da
Intel na Índia estão equipados com sistemas solares de água quente e que
atendem quase todas as necessidades das instalações.
Outra experiência nessa linha vem da Itália. Os italianos
partem do princípio que quando se pensa em geração de energia eólica logo se
imaginam turbinas de vento gigantes colocadas no ar livre, longe de áreas
urbanas, para a geração de eletricidade.
Para quebrar este paradigma, os arquitetos da Renzo Piano
Building Workshop e da Enel Green Power desenvolveram um protótipo de uma
turbina eólica chamada Libellula (dragonfly em inglês) especialmente concebida
para superar as duas principais limitações da energia eólica: pequena escala e
menor eficiência.
A turbina é leve, feita de carbono ou policarbonato, e
tem um diâmetro de apenas 35 centímetros, tem 20 metros de altura e pode gerar
cerca de 55kW, suficiente para abastecer cerca de 35 casas europeias. O protótipo
foi nomeado “dragonfly” porque as pás da turbina são feitas de acrílico
transparente, assemelhando-se às asas transparentes da libélula.
Além de ser pouco visível, o gerador opera com ventos
muito fracos, da ordem de 2m/s. O protótipo está instalado em Molinetto,
Itália, já há alguns meses e os fabricantes esperam iniciar em breve a produção
em massa.
São exemplos para inspirar empresários, cidadãos comuns e
políticos, em especial aquele localizado no Ministério das Minas e Energia e
que deveria fazer o Brasil um exemplo na exploração solar e eólica.
Mario Eugenio Saturno (cienciacuriosa.blog.com) é
Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e
congregado mariano.