quarta-feira, 29 de abril de 2015

Vencer o estresse e ter saúde

Elizabeth Santángelo de Gastaldi

                                                      Tempo – Limite – Atraso...
Esses fatores nos levam a pensar que devemos viver apressados, que a rapidez é importante, mas as pessoas também percebem que isso é prejudicial à reflexão e à oração. Já outras pessoas pensam que para mostrar que estamos ativos e cheios de vigor “não devemos fazer as coisas devagar”.

Lembro-me de que no mercado publicitário, no qual trabalhei por mais de 15 anos, quase no final do expediente começava o corre-corre para entregar, aos veículos de comunicação, os anúncios e vídeos que tinham de chegar, “a tempo e hora”, aos jornais, estações de rádios e canais de televisão.

Em algumas ocasiões, o trabalho apresentava obstáculos característicos da ansiedade e do descontrole. O estresse e a tensão não deixavam de estar presentes. Com frequência, o chefe dizia: “Preciso disso para ontem”.

A velocidade excessiva muitas vezes nos impede de parar um pouco para pensar. O relógio não tem poder para governar a vida, o pensamento, nem a nossa saúde.

Carl Honoré , em sua reflexão sobre a importância da lentidão, afirma: “A lentidão nos devolve a tranquilidade e o ritmo pausado que nos permitem ser mais criativos no trabalho, ter mais saúde, mais satisfação e mais contato com outras pessoas”.

Escapar da ditadura do relógio não significa que sejamos irresponsáveis no cumprimento de nossa responsabilidade para com o trabalho, mas sim que podemos encontrar o equilíbrio adequado, que contribui para o bem-estar e a saúde.

Considero correto o conceito que Mary Baker Eddy revela em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a respeito do que significa contemplar um dia livre de limitações: “Os objetos do tempo e dos sentidos desaparecem na iluminação da compreensão espiritual, e a Mente mede o tempo de acordo com o bem que se desdobra”.

Não ser impulsivo ajuda a recuperar um ritmo normal de vida. Priorizar a qualidade e não a quantidade de horas que dedicamos a uma tarefa e desfrutar de tudo o que fazemos influi notavelmente na saúde mental.

“Diminuir a marcha” nos torna livres, ainda que nos mantenhamos responsáveis, atentos e no controle de tudo. Assim vencemos o tabu cultural de que ser “lento” significa pouca inteligência ou capacidade.

Pouquíssimas pessoas gostam de esperar, mas a espera não é sinônimo de perda de tempo, mas sim de ganhar tempo com serenidade e paciência.

Ao admirar uma paisagem em minha cidade, dei-me conta de que não descreveria essa paisagem por sua altura ou extensão, mas por sua beleza, vegetação ou pelo rio que ali passa. Se eu estivesse com pressa, poderia ter perdido a oportunidade de contemplar a paisagem sob essa perspectiva.

Em outro aspecto, os padrões de beleza têm mudado com o passar do tempo. Antes, o conceito comumente aceito de uma mulher bela não era o de que ela fosse magérrima, como na atualidade. No entanto, falava-se muito daquilo que os semblantes dessas mulheres expressavam, do olhar profundo, da cor e tons do cabelo. Isso não dependia de nenhum elemento material nem cirúrgico. Era a beleza interior o que contava.

Talvez, contemplar a beleza que não se desgasta com o passar do tempo nos leve a apreciar a juventude eterna, que não depende de nenhuma estrutura corporal.

A serenidade, a calma, a reflexão contribuem para a beleza e possibilitam enxergar a vida de um ponto de vista diferente. Comprovar esse fato pode ser o começo de uma experiência feliz e cheia de alegria.

Elizabeth Santángelo de Gastaldi é Comitê de Publicação da Ciência Cristã na Argentina.