quinta-feira, 16 de abril de 2015

Novas do café

Mario Eugenio Saturno


 






No dia 14 de abril é comemorado no mundo o Dia do Café. E nada mais apropriado do que observar as últimas pesquisa dessa bebida tão malvista. Ainda mais que tive dengue no carnaval e justamente na Quarta-Feira de Cinzas tive aversão ao café, somente dois meses depois voltei a saborear com prazer um bom café.

Dezenas de pesquisas estão a demonstrar que o café faz bem à saúde, incluindo proteção contra diabetes tipo 2, doença de Parkinson, doença hepática, câncer de próstata, a doença de Alzheimer, dor nas costas de quem trabalha com computador, et cetera.

Um estudo feito na Coreia do Sul, com mais de 25 mil consumidores de café, mostrou que o consumo diário moderado, ou seja, de 3 a 5 xícaras por dia, está associado a diminuição do risco da doença coronária arterial. A calcificação das artérias coronárias é um excelente prognóstico de futuras doenças cardíacas.
 

Uma dose de quatro xícaras de café por dia também foi associado à redução de risco para o melanoma, um câncer de pele bastante perigoso. O mesmo não foi observado para quem bebe café descafeinado. O estudo confirma uma relação entre café e a redução do risco de carcinoma basocelular, o tipo mais comum de câncer de pele.

Em outro estudo, analisou-se o consumo de café e a esclerose múltipla. Constatou-se que a ingestão mais alta de café, de 4 a 6 xícaras por dia, reduziu o risco de contrair a esclerose múltipla. Os pesquisadores agora querem estudar o impacto do café em recaídas e incapacidade de longo prazo.

Em outra pesquisa observou-se que o café pode retardar o início da doença de Alzheimer. Os cientistas acreditam agora que o café poderia ser um neuroprotetor do cérebro. E acreditam que além da cafeína, há outros compostos do café que podem ajudar também.

 

A Escola de Saúde de Harvard realiza estudos desde 1976 e não foi constatada nenhuma relação entre o consumo de café e aumento do risco de morte por qualquer causa, seja por câncer ou por doença cardiovascular. Mesmo as pessoas que beberam até seis xícaras de café por dia não correm maior risco de morte.

Porém, para algumas pessoas, o café pode ser nocivo. Pessoas com problemas de sono ou diabetes não controlada devem procurar orientação médica para verificar se podem, quanto e quando podem beber café. E há uma mutação genética que afeta o quão rápido o nosso corpo metaboliza a cafeína, é o gene CYP1A2, e ele pode contribuir para ter pressão arterial alta.

As mulheres devem tomar cuidado, pois o café pode aumentar os calores da menopausa, induzir o aborto nas mulheres grávidas, e a cafeína pode prejudicar o crescimento do feto.

E o café deve ser preparado como fazem os brasileiros, esquentar a água e jogá-la no coador de papel com o pó, pois há um composto chamado cafestol que faz aumentar o colesterol ruim, mas fica preso nos filtros de papel. Ferver o café junto com a água como o café turco, nem pensar!

As pesquisas definem a xícara ou copo de café que contenha de 5 a 8 onças, algo como de 140g a 220g, que tem cerca de 100mg de cafeína, preto ou com um pouco de açúcar ou creme. Não se considera aqueles copos americanos de 24 onças (660g) coberto com caramelo e chantilly. Ah, que pena!

* Mario Eugenio Saturno (cienciacuriosa.blog.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.