A Prefeitura do Rio realizou na manhã deste domingo, 24
de agosto, a implosão da antiga fábrica da Companhia Lanifício Alto da
Boavista, na Rua Visconde de Niterói, nº 448, na Mangueira, Zona Norte. A
edificação, fechada há 17 anos, foi implodida para que a área receba o projeto
de construção de 120 imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida, que serão
distribuídos em seis blocos e quatro apartamentos por andar, para famílias com
renda mensal de até R$ 1.600,00. O investimento é da Secretaria Municipal de
Habitação, em pareceria com o governo federal, e será de aproximadamente R$ 14
milhões. Os trabalhos foram executados por equipes da Defesa Civil Municipal;
das secretarias municipais de Habitação, de Conservação e de Desenvolvimento Social;
da CET-Rio, da Subprefeitura do Centro, da Guarda Municipal e do Centro de
Operações Rio.
Foto: Fábio Costa e Aureliano Gonçalves
Foram 10 segundos de detonação (somente barulho) e mais
dois segundos de queda, quando foram utilizados 100 kg de explosivos.
Estimativas indicam que foram produzidos aproximadamente 8.000 m³ de entulho. O
Centro de Operações Rio acompanhou a ação e os bloqueios de trânsito em tempo
real por meio das 30 câmeras instaladas em toda a região da implosão, incluindo
vias utilizadas com rotas de desvio.
"A Prefeitura do Rio vem trabalhando na recuperação
de espaços centrais degradados da cidade para oferecer moradia de qualidade às
famílias mais carentes. São áreas servidas de infraestrutura que servem para a
oferta de habitação no sentido mais amplo, próximas dos equipamentos públicos e
dos meios de transporte. No entorno da Mangueira, estamos negociando outras
edificações em situação semelhante ao do Lanifício para construir outros
condomínios do Minha Casa, Minha Vida", disse o secretário municipal de
Habitação, Pierre Batista. Ele acrescentou que, além das 120 unidades que serão
construídas no terreno da implosão de hoje, outras 80 serão erguidas em área
contígua, totalizando 200 apartamentos no local. Entre a limpeza e preparação
do terreno e o final das obras, a SMH estima um prazo de, no máximo, 22 meses
para a entrega do empreendimento.
Por uma questão de segurança, os moradores dos imóveis
localizados na área de segurança máxima – um raio de 150 metros que abrange
aproximadamente 200 famílias do Morro da Mangueira e a linha férrea do Metrô
Rio e da Supervia – tiveram que deixar as suas casas nesta manhã e aguardaram
em local seguro o término da operação e a liberação da área pela Defesa Civil,
o que ocorreu às 7h15. Foi feita uma varredura do local e o retorno aos imóveis
só foi permitido após a liberação total da área.
“Mais uma vez a Prefeitura do Rio executou com sucesso
uma implosão de grande porte sem que fosse registrado nenhum tipo de problema.
Assim ocorreu nos eventos da Fábrica da Brahma e da Perimetral. A segurança da
população norteou nosso planejamento. O entendimento da vizinhança, que atendeu
de prontidão nosso pedido para que deixassem suas casas, foi fundamental para o
êxito desta empreitada”, avaliou o subsecretário de Defesa Civil do Rio de Janeiro,
Marcio Motta.
A Defesa Civil Municipal disponibilizou quarenta
técnicos que ficaram de prontidão para garantir a segurança dos moradores do
entorno. Pessoas com deficiência já cadastradas pelos agentes comunitários de
saúde receberam auxílio ao deixar seus lares. O material informativo da
implosão começou a ser distribuído para os moradores na terça-feira (19/08).
O prédio começou a ser construído em 1953 e encerrou
suas atividades em 1997. Durante o funcionamento, teve a maior parte da
produção destinada à exportação. A Companhia teve seu apogeu na década de 70,
quando empregou cerca de 1.400 pessoas. Foi fundado pelo Comendador Levy
Gasparian, conhecido empreendedor, falecido em 1972 e, desde 1992, nome de um
dos municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Após a implosão, duas equipes da Comlurb, totalizando 15
homens, entre garis, operadores de máquinas e encarregados, iniciaram a limpeza
da área no entorno da edificação implodida com o apoio de dois caminhões pipa e
um caminhão basculante, operação que durou 40 minutos. Os serviços foram
realizados na Rua Visconde de Niterói e vias próximas. A equipe de emergência
da Comlurb esteve de sobreaviso para qualquer eventualidade. Equipes da empresa
Fábio Bruno, responsável pela implosão do prédio, também auxiliaram o serviço
de limpeza.