quinta-feira, 26 de junho de 2014

Apesar da superlotação, BRT é aprovado no Rio


Apesar da superlotação nos horários de pico, da falta de proteção para pedestres nas vias expressas e de alguns atrasos, a maior parte dos usuários aprova os BRTs, corredores exclusivos de ônibus expressos que estão sendo inaugurados pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Até o momento, já estão operando duas linhas: a TransOeste, que liga a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande, Zona Oeste do Rio; e a Transcarioca, que percorre 27 bairros, cortando a cidade desde a Barra da Tijuca à Ilha do Governador (Aeroporto Internacional do Galeão). Alguns passageiros computaram redução de até duas horas e meia no trajeto para o trabalho. É o caso de Miriam de Oliveira, 47 anos, doméstica, que, antes do BRT da Linha Transoeste, pegava a linha 885 (Piraquê- Santa Cruz, via Pedra de Guaratiba) - classificada por ela como péssima -, e perdia até três horas para chegar à Barra. "Com o BRT, faço o trajeto em 30 minutos. A linha facilitou, mas o acesso a ela ainda é ruim. Antes pegava apenas o 885, mas agora tenho de pegar um ônibus da minha casa até o bairro de Magarça, onde passa o BRT que me leva até o Terminal Alvorada. A vantagem é que, com o bilhete único, pago apenas uma passagem", diz Miriam. Recém-inaugurada, a Transcarioca facilitou a vida de quem chega de viagem no Galeão, como o aposentado Edmar Araújo, 62 anos, que chegou do Maranhão no dia 17 de junho para visitar o filho na Barra da Tijuca. Se tivesse de pegar um táxi, gastaria, no mínimo, R$ 60, "Com o BRT, gastei R$ 6 em duas passagens, para mim e minha esposa, e fiz o percurso em uma hora", diz Araújo.

Mas há ainda pontos a melhorar. O taxista Roberto da Silva Martins, 54 anos, reclama da falta de um ponto de táxi no Terminal Alvorada, onde os taxistas são proibidos de parar. Ele observa que, com a Transcarioca, há passageiros, inclusive turistas estrangeiros, chegando do aeroporto cheios de malas e têm de atravessar a pista para poder pegar um táxi. "A gente trabalha legalmente e tem o direito cerceado pela Guarda Municipal. E o passageiro tem de ficar parado na beira da estrada esperando a sorte de passar um táxi", reclama Martins. Alexandre Sansão, secretário municipal de transportes, argumenta que o terminal foi pensado para fazer integração do transporte público. "Quem quer usar táxi pega direto no aeroporto, ou vai a uma passarela para encontrar um ponto nas redondezas. O Alvorada é um terminal de ônibus, e, para isso, oferecemos diversas opções", defende. Quanto à superlotação dos BRTs nos horários de pico, ele diz que foi provocada pelo aumento rápido e surpreendente da demanda. "A TransOeste absorveu, inclusive, passageiros de outros modais como o trem, que perdeu 20 mil passageiros por dia. Já determinamos que a concessionária ajuste a frota. Isso pode levar tempo,.mas, se a demanda estabilizar, melhoraremos o nível de serviço", assegura.
Fonte: Jornal Valor