Paulo Bittencourt
Enormes são as críticas , ou
por total desconhecimento de causa, ou então, por pura politicagem.
Todos, indistintamente, sabem de minhas cobranças com a Secretaria
de Transportes, principalmente em relação ao traçado da LINHA 4 do METRÔ,
mas temos que ter a hombridade em reconhecer , que desde o início da
gestão Sérgio Cabral, alguns segmentos, especialmente na área de
saneamento básico e segurança, são duramente e injustamente criticados.
Desde 2007, o Governo do Estado do
Rio de Janeiro, ainda na gestão Rosinha Garotinho, mesmo sofrendo
boicote dos Governos Municipal e Federal, começou a tratar com seriedade o
perfil do saneamento e do abastecimento de água no Estado do Rio de Janeiro.
Antes disso, só CARLOS LACERDA teve essa preocupação executando obras
essenciais, principalmente , na Adutora do Guandu, com a construção e ampliação
da Estação de Tratamento, da Tomada D água e da Elevatória
do Lameirão, situada a 54 metros de profundidade, além da ampliação
dos Reservatórios que resolveram o grave e constante problema
de falta de água no então Estado da Guanabara. Naquela época a CEDAG era
dirigida pelo não menos competente VEIGA BRITO. Daquele período, de 1963 em
diante, a crise constante da falta de água foi praticamente resolvida tanto que
a Adutora do Guandu, dada a sua importância, foi considerada a obra do século.
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Wagner Victer |
Com a assunção de Sérgio Cabral
governador, foi indicado Wagner Victer para presidência da já denominada
CEDAE, e implementadas ações mais aceleradas resultando em
inúmeras obras para despoluir o sistema lagunar da Barra da Tijuca e
Jacarepaguá.
O Programa de Saneamento da
Barra da Tijuca e Jacarepaguá, vem sendo, integralmente, realizado
com recursos do Governo do Estado, e resgatando uma dívida de
quase 40 anos de outros governantes com a população de nossa cidade e,
especialmente, da Baixada de Jacarepaguá.
A Cedae colocou em operação o
Emissário Submarino em 2007 e a Estação de Tratamento de Esgotos da Barra da
Tijuca, em 2009. Nos últimos cinco anos já inaugurou 22 Estações Elevatórias de
Esgoto na região interligando com estas elevatórias, quase todos
imóveis da orla da Barra da Tijuca, de grande parte do Recreio dos Bandeirantes
e da Baixada de Jacarepaguá. Apesar disso, muitos condomínios da região criaram
dificuldades para se interligarem à rede sob a alegação da existência de
estações de tratamentos em seus prédios. Alguns deles, inclusive, foram flagrados
desligando, à noite, suas estações e lançando esgoto in natura, em nossos
canais e lagoas. Atualmente, mais de 85% do esgoto produzido em toda a
Barra já está sendo tratado e seus resíduos lançados em alto mar através do
Emissário Submarino. Até o final de 2013, existe a previsão de que 90% de
todo o esgoto produzido na região esteja sendo tratado pela Estação Barra da
Tijuca.
Quanto ao Recreio dos Bandeirantes,
a Cedae já garante hoje o tratamento adequado de 70% de todo o esgoto produzido
na região, transportando os efluentes para as estações de tratamento de esgoto
(ETE) de Barra Bonita, na Avenida Sernambetiba, e da Barra da Tijuca, na Av.
Ayrton Senna, de onde é posteriormente encaminhado para o Emissário Submarino
da Barra (Na região da sub-bacia do Canal das Tachas, especificamente, a
cobertura da rede de esgotamento sanitário da Cedae já passa de 90%). O trecho
ainda não atendido inclui o entorno do condomínio Barra-Bali e a Restinga de
Itapeva, já em fase de licitação e com inauguração prevista para 2014, e a
sub-zona A 17, do lado direito da Avenida das Américas, em fase de projeto e
com conclusão prevista para 2015.
O
que muita gente não sabe se refere ao avanço no saneamento do Recreio
com a construção da Elevatória da Avenida Gláucio Gil, que entrou em
operação em março de 2010 – três anos antes do planejamento inicial -
bombeando cerca de 500 litros de esgoto por segundo para a ELE Barra.
Juntamente com a elevatória, foram instalados dois mil metros de troncos
coletores por métodos não destrutivos, beneficiando uma população de 300 mil
moradores.
Em
dezembro de 2011, a Cedae inaugurou o novo sistema de esgotamento sanitário da
comunidade do Terreirão, O projeto contou com a construção de três
elevatórias e a instalação de 2.500 metros de troncos coletores ao custo de R$
20 Milhões. As obras
também incluíram o
assentamento de 2.650 metros de troncos coletores ao longo do Canal das Tachas,
evitando o lançamento de esgotos em seu leito.
Grande
parte dessas obras não são do conhecimento da grande maioria da população.
A previsão é de que até 2015, 100% dos clientes da Barra da Tijuca e do
Recreio dos Bandeirantes estejam conectados à rede formal de esgotamento
sanitário representando melhora significativa da qualidade de vida dos
moradores e grande passo para a recuperação do complexo lagunar da região.
Em maio passado foi dado início a
duas obras que, juntas, vão garantir que o governo do estado alcance o
tratamento de 100% do esgoto coletado na Barra da Tijuca. A primeira é a
complementação do esgotamento sanitário da Lagoa da Tijuca, com investimentos
de R$ 23 milhões em parceria com a Secretaria Estadual do Ambiente. A obra será
concluída até 2015 e vai garantir que o esgoto coletado na região seja
transportado para a Elevatória Lagoa da Tijuca, já concluída e em operação, de
onde será encaminhado para tratamento. Além de redes coletoras complementares,
será implantado Tronco Coletor Principal
em concreto armado com 3 km de extensão. A segunda obra, orçada em R$ 60
milhões, vai garantir o esgotamento sanitário do Eixo Olímpico, beneficiando
diretamente regiões da Barra e Jacarepaguá ainda não conectadas à rede de
esgotamento sanitário da companhia, além de novos empreendimentos – entre os
quais as novas construções que sediarão competições e receberão atletas para os
Jogos Olímpicos. As intervenções serão concluídas até o fim de 2015 e incluem a
construção de um Tronco Coletor na Avenida Abelardo Bueno; das novas
elevatórias uma, com capacidade para bombear 450 litros de esgoto por segundo e
a Olímpica, com capacidade para 1.100 litros de esgoto por segundo.
Essas obras não se limitarão ao
esgotamento sanitário. Para garantir que o crescimento acelerado da região não
prejudique o abastecimento, a Cedae implantará um novo sistema de
abastecimento de água para a Barra, Jacarepaguá e Recreio. O projeto inclui a
construção do reservatório do Outeiro, com capacidade para 20 mil metros
cúbicos; o de Jacarepaguá, com capacidade para armazenar 20 mil metros
cúbicos (m3) ; a reforma do reservatório de Reunião, com capacidade de 10
mil m3 e a implantação de 78 quilômetros (km) de adutoras, travessias e troncos
distribuidores.
Muitas coisas ainda deverão ser
concretizadas e se torna fundamental a determinação de nossos governantes,
independentemente dos partidos a que pertençam, na manutenção
das parcerias, nos três níveis de governo, e também com os
grandes empreendedores e construtores da região para a consecução dos
objetivos visando propiciar, num curto espaço de tempo, a
balneabilidade de todo nosso sistema lagunar e de nossas praias. Para
tanto, se torna indispensável e inadiável a desenvolvimento de
programas habitacionais destinados às famílias que residem em
construções irregulares situadas às margens de nossos rios, lagoas e
canais.
Paulo Bittencourt
Fundador-Moderador da Ouvidoria da
Barra