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Luiz Flávio Gomes/Pedro Popó
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Bola é apontado como o autor da execução da modelo Eliza Samúdio, amante do goleiro Bruno, e da ocultação de seu corpo. Ele nega a autoria do crime. O corpo da mulher nunca foi encontrado.
José Cleves presta depoimento há quase duras horas. Neste momento, ele responde perguntas do promotor de Justiça, Henry Wagner Vasconcelos de Costa, sobre seu trabalho investigativo como repórter policial do Jornal Estado de Minas, em 2000, quando ele e sua mulher foram vítimas de assalto e sua mulher morreu baleada por um dos assaltantes. Na época, o delegado Edson Moreira, que comandou as investigações do desaparecimento e morte da amante de Bruno, presidiu o inquérito sobre o crime e indiciou o jornalista pela morte da esposa. José Cleves foi julgado e absolvido pelo Tribunal do Júri, por 7 a 0.
Absolvido, José Cleves escreveu um livro: “Justiça dos Lobos”, o qual faz um relato do drama que passou e aponta falhas havidas durante as investigações e que o delegado forjou provas para incriminá-lo. Os defensores de Bola querem aproveitar o caso para mostrar aos jurados que o inquérito que apurou o desaparecimento e morte de Eliza Samúdio também contém falhas e que não há nele provas suficientes para o indiciamento de seu cliente.
Ao responder as perguntas de Ércio Quaresma, o primeiro a fazer as perguntas, o jornalista confirmou o que escreveu e, inclusive, citou que uma arma foi “colocada” no local do fato para incriminá-lo. No mesmo período em que foi acusado, José Cleves fazia reportagens investigativas sobre a máfia dos caça níqueis e comércio ilegal de armas, publicadas no jornal em que trabalhava.
O delegado Edson Moreira será o próximo a ser ouvido. A autoridade policial foi arrolada pela defesa, na condição de informante e será a última testemunha arrolada pela defesa a prestar depoimento. A previsão é de que os questionamentos durem pelo menos por cinco horas. O interrogatório do réu deverá ocorrer somente amanhã (quinta-feira, 24). Agora há pouco, o advogado Ércio Quaresma informou, extraoficialmente, que pretende requerer a exibição de vídeos e leitura de peças processuais antes de seu cliente ser interrogado.