Rafaela Antunes
Com aproximadamente 6 milhões de pessoas afetadas, Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente entre idosos no país
Patologia que atinge um conjunto de células no sistema nervoso central responsáveis pelos movimentos, a Doença de Parkinson causa disfunção nos neurônios que contém dopamina, uma das toxinas responsáveis pela estabilidade e movimentação humana. Além deste problema, os genes sobreviventes são afetados através de inserções proteicas intracelulares (corpúsculos de Lewy), gerando um dos sintomas mais comuns da doença, os tremores.
Alterações no gene da glicocerebrosidade (GBA) podem contribuir para a decomposição de substâncias tóxicas defeituosa em células nervosas e alterar a função dos lisossomos, a dissertação Rastreamento de mutações no gene GBA como fator de risco ao desenvolvimento da doença de Parkinson na população brasileira, da mestre em Biociências Beatriz de Carvalho Guimarães, analisou o DNA de 126 pacientes e identificou uma nova mutação (W378C), em 18 pacientes (14,3 %), assim como uma nova variante nunca antes identificada associada à Doença de Parkinson a GP325G.
Esses resultados reforçam a associação entre o gene GBA e a DP na população brasileira, além de apoiar a hipótese de que alterações nesse gene representam um importante fator passível ao desenvolvimento da mazela.
É importante ressaltar que a doença acomete indivíduos de todas as idades, porém é mais comum em pessoas acima de 50 anos. Segundo a dissertação, destacam-se quatro sintomas motores principais: tremor em repouso, lentidão de movimentos, rigidez e instabilidade postural. A enfermidade não tem cura, mas hoje é possível que o portador tenha uma vida normal utilizando remédios que tratam os sintomas.
A doença neurodegenerativa já possui tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde – SUS, o paciente pode adquirir medicamentos pela portaria 2577 de Medicamentos Excepcionais. Segundo o Ministério da Saúde, o programa Aqui Tem Farmácia Popular oferece, nas mais de 20 mil empresas credenciadas, dois tratamentos para o agravo mental da doença de Parkinson – Carbidopa/Levodopa e Cloridrato de benserazida/Levodopa.
Os medicamentos são retirados com cerca de 90% de desconto. Para saber quais são os pontos de retirada, o solicitante deve procurar as secretarias de Saúde de sua região, portando documento com foto e receita médica com validade de 4 meses.