Rafaela Antunes
Doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte entre mulheres, superando patologias como câncer de mama
Hipertensão arterial e obesidade são consideradas grandes problemas de saúde pública na atualidade, devido ao modo de vida pouco saudável da população. Tal fato foi o que motivou o mestre em Ciências Médicas Tárik de Almeida Isbele a analisar os resultados da junção dessas enfermidades. O estudo mostrou que o sobrepeso é um prognóstico importante na hipertensão arterial, constituindo fatores de risco para adoecimento cardiovascular.
Em decorrência dos maus hábitos alimentares ao longo das ultimas três décadas, os brasileiros ganharam peso. Dado este indicado na segunda parte da pesquisa de “Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003”, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que alertou para uma exposição cada vez mais intensa aos riscos cardiovasculares.
“Estimativa recente baseada em dados de 25 países de diversas regiões do mundo, aponta que quase um bilhão de pessoas com idade entre 18 e 91 anos apresentam hipertensão arterial. A projeção destes dados, para um crescimento populacional de 60%, indica que 1,56 bilhões de indivíduos adultos apresentarão níveis de pressão arterial acima de 140/90 mmHg ou estarão em uso de medicamentos anti-hipertensivos em 2025.”
Segundo a pesquisa, parece haver uma influência direta do índice de massa corporal (IMC) e a circunferência abdominal sobre os níveis de pressão arterial já desde a adolescência. No sexo feminino, a incidência da compressão nas artérias aumenta com a idade, e chega a ultrapassar 75% nas mulheres acima de 70 anos.
“Mais recentemente, importantes achados contribuíram para o melhor entendimento das alterações vasculares dos pacientes obesos”. A detecção nos estágios primários da inflamação crônica na qual ocorre a formação de placas na parede dos vasos (aterosclerose), pode ser indicada através de uma ultrassonografia da Carótida. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa mazela é a terceira maior causa da mortalidade no país.
O pesquisador conclui: “Tendo em vista as dimensões epidêmicas em que a obesidade visceral vem se consolidando como um problema de saúde pública mundial, o melhor entendimento de suas repercussões no dano cardiovascular e metabólico em uma população hipertensa, certamente contribuirá para o fortalecimento de medidas preventivas para mulher e deve representar uma meta de saúde pública no Brasil”.